Empoderamento de mulheres negras: avaliação de necessidades a partir do modelo RE-AIM

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/0103-6564e220155

Palavras-chave:

empoderamento de mulheres negras, intervenções, RE-AIM, avaliação de necessidades

Resumo

Utilizou-se o modelo RE-AIM para analisar barreiras e facilitadores para alcance, eficácia/efetividade, adoção, implementação e manutenção, a serem consideradas no desenvolvimento de intervenções que visem ao empoderamento de mulheres negras. Foram entrevistadas 16 especialistas/pesquisadoras sobre relações raciais e/ou trabalhadoras da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Os resultados indicaram que são possíveis condições facilitadoras: a existência de relação prévia entre a população-alvo e o local de implementação; a forma verbal de convite e divulgação; o formato curto e dinâmico; e o alinhamento da intervenção com as propostas do local e dos agentes de implementação. A intervenção longa, a não disponibilização de cuidador para os filhos e a não inserção da intervenção como rotina de trabalho seriam barreiras. Sugere-se que tais barreiras e facilitadores sejam considerados no processo de desenvolvimento de intervenções para o empoderamento de mulheres negras usuárias da PN AS.

Downloads

Biografia do Autor

  • Cláudia de Oliveira Alves, Universidade de Brasília

    Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil

  • Nádia Prazeres Pinheiro-Carozzo, Universidade Federal do Maranhão

    Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil

  • Emanuele Cristina Santos do Nascimento, Universidade Federal de Pernambuco

    Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil

  • Sheila Giardini Murta, Universidade de Brasília

    Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil.

Referências

Abdala, I. G., Murta, S. G., Menezes, J. C. L., Nobre-Sandoval, L. A., Gomes, M. S. M., Duailibe, K. D., & Farias, D. A. (2020). Barriers and Facilitators in the Strengthening Families Program (SFP 10–14) Implementation Process in Northeast Brazil: A Retrospective Qualitative Study. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(19), 6979. doi: 10.3390/ijerph17196979

Almeida, F. A., Brito, F. A., & Estabrooks, P. A. (2013). Modelo RE-AIM: tradução e adaptação cultural para o Brasil. Revista Família, Ciclos de Vida e Saúde no Contexto Social, 1(1), 6-16. doi: 10.18554/refacs.v1i1.602

Alves, C. O., Murta, S. G., & Moreira, A. L. C. (2021). Sobre presença e ausência: revisão de literatura sobre mulheres negras no SUAS. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), 13(36), 601-628. Recuperado de https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/1106/1151

Alves, C. O., Macedo, S., & Murta, S. G. (2022). Mecanismos de empoderamento de mulheres negras: um estudo qualitativo. Revista de Psicologia, 13(2), 168-183. doi: 10.36517/revpsiufc.13.2.2022.12

Barreto-Zorza, Y. M., & Velasquez-Gutierrez, V. F. (2016). Centro de desarrollo humano comunitario: programa para familias afrocolombianas desde la investigación acción participativa. Revista de Salud Pública, 18(5), 768-781. doi: 10.15446/rsap.v18n5.43160

Braun, V., & Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology, 3(2), 77-101. doi: 10.1191/1478088706qp063oa

Cattaneo, L. B., & Goodman, L. A. (2015). What is empowerment anyway? A model for domestic violence pratice, research, and evaluation. Phychology of Violence, 5(1), 84-94. doi:

1037/a0035137

Cornwall, A. (2016). Women’s empowerment: Whats works? Journal of International Development, 28(3), 342-359. doi: 10.1002/jid.3210

Costa, G. (2017). Assistência social, no enlace entre a cor e gênero dos(as) que dela necessitam. O Social em Questão, 20(38), 227-246.

Costa, M. A., & Marguti, B. O. (Eds.). (2015). Atlas da vulnerabilidade social nos municípios brasileiros. Brasília, DF: Ipea. Recuperado de https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/5257

Curado, J. C. (2018). Psicologia e pobreza: um problema a ser enfrentado! In M. P. Cordeiro, B. Svartman, & L. V. Souza. (Orgs.), Psicologia na assistência social: um campo de saberes e práticas (pp. 46-60), São Paulo, SP: Universidade de São Paulo.

Creswell, J. W. (2010). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre, RS: Artmed.

Flick, U. (2009). Introdução à pesquisa qualitativa (3a ed). Porto Alegre, RS: Artmed. (Trabalho original publicado em 1995).

Glasgow, R. E., Vogt, T. M., & Boles, S. M. (1999). Evaluating the public health impact of health promotion interventions: the RE-AIM framework. American Journal of Public Health, 89(9), 1322-1327. doi: 10.2105/ajph.89.9.1322

Jones, L. V., & Warner, L. A. (2011). Evaluating culturally responsive group work with black women. Research on Social Work Practice, 21(6), 737-746. doi: 10.1177/

Luz, J. M. O. (2020). Desenvolvimento e avaliação de uma intervenção para a promoção do perdão (Tese de Doutorado). Universidade de Brasília, Brasília.

Magalhães, K. A., Cotta, R. M. M., Gomes, K. O., Franceschinni, S. C. C., Batista, R. S., & Soares, J. B. (2011). Entre o conformismo e o sonho: percepções de mulheres em situação de vulnerabilidade social à luz das concepções de Amartya Sen. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 21(4), 1493-1514. doi: 10.1590/S0103-73312011000400017

Meneghel, S. N., Farina, O., & Ramão, S. R. (2005). Histórias de resistência de mulheres negras. Estudos Feministas, 13(3), 567-586. doi: 10.1590/S0104-026X2005000300006

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (2012). Orientações Técnicas sobre o PAIF: o serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.(Vol. 1). Brasília, DF. Recuperado de https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_PAIF_1.pdf

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (2018). Mulheres no SUAS. Boletim da Secretaria Nacional de Assistência Social, (5). Recuperado de http://blog.mds.gov.br/redesuas/wp-content/uploads/2018/06/Boletim-5-CGPVIS.pdf

Murta, S. G., & Santos, K. B.. (2015). Desenvolvimento de programas preventivos e de promoção de saúde mental. In S. G. Murta, C. Leandro-França, K. B. Santos, & L. Polejack (Orgs.), Prevenção e promoção em saúde mental: fundamentos, planejamento e estratégias de intervenção (pp. 168-191). Novo Hamburgo, RS: Sinopsys.

Oliveira, I. F., & Costa, A. L. F. (2018). Psicologia e política social: história e debate. In M. P. Cordeiro, B. Svartman, & L. V. Souza (Orgs.). Psicologia na assistência social: um campo de saberes e práticas (pp. 32-44). São Paulo, SP: Universidade de São Paulo.

Oliveira, I. F., Dantas, C. M. B., Solon, A. F.A. C., & Amorim, K. M. O. (2011). A prática psicológica na proteção social básica do SUAS. Psicologia & Sociedade, 23(spe), 140-149. doi: 10.1590/S0102-71822011000400017

Pfandenhauer, L. M., Gerhardus, A., Mozygemba, K., Lysdahl, K. B., Booth, A., Hofman, B., . . . & Rehfuess, E. (2017). Making sense of complexity in context and implementation: the context and implementation of complex interventions (CICI) framework. Implementation Science, 12(21), 1-17. doi: 10.1186/s13012-017-0552-5

Prestes, C. R. S. (2018). Estratégias de promoção da saúde de mulheres negras: interseccionalidade e bem viver (Tese de Doutorado). Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Romagnoli, R. C. (2016). Relações macropolíticas e micropolíticas no cotidiano do CRAS. Psicologia

& Sociedade, 28(1), 151-161. doi: 10.1590/1807-0310

v28n1p151

Short, E. L., & Williams, W. S. (2013). From the inside

out: Group work with women of color. The Journal

for Specialists in Group Work, 39(1), 71-79. doi:

1080/01933922.2013.859191

Schucman, L. V. (2010). Racismo e antirracismo: a categoria raça em questão. Revista de Psicologia Política, 10(19), 41-55. Recuperado de https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4000283

Sobral, M. F. C., & Lima, M. E. O. (2013). Representando as práticas e praticando as representações nos CRAS de Sergipe. Psicologia: Ciência e Profissão, 33(3), 630-645. doi: 10.1590/S1414-98932013000300009

Souza, L. V. (2018). Contribuições construcionistas sociais para o trabalho com grupos na proteção social básica. In M. P. Cordeiro, B. Svartman, & L.V. Souza (Orgs.), Psicologia na assistência social: um campo de saberes e práticas (pp. 255-236). São Paulo, SP: Universidade de São Paulo.

Taha, F., Zhang, H., Snead, K., Jones, A. D., Blackmon, B., Bryant, R. J., . . . & Kaslow, N. J. (2015). Effects of a culturally informed intervention on abused suicidal African American women. Cultural Diversity and Ethnic Minority Psychology, 21(4), 560-570. doi: 10.1037/cdp0000018

Downloads

Publicado

04/01/2025

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Empoderamento de mulheres negras: avaliação de necessidades a partir do modelo RE-AIM. (2025). Psicologia USP, 36, e220155. https://doi.org/10.1590/0103-6564e220155