A razão barroca do patrimônio baiano: contos de tesouro e histórias de ossadas no Centro Histórico de Salvador
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0034-77012008000100002Palavras-chave:
patrimônio, raça, religião, historicidade, PelourinhoResumo
Este trabalho repensa as relações entre o espaço urbano, a historicidade e a identidade religiosa-racial no Centro Histórico de Salvador, Bahia. Há muito tempo o Brasil é reconhecido (e se reconhece) como um país"do futuro" e da suposta"democracia racial". Na Bahia estas ideologias baseiam-se em parte em tentativas estaduais de apropriação do Candomblé, da cultura popular em geral e do patrimônio histórico. Mas desde os anos 1990, nota-se uma ênfase em"raízes" tanto quanto nas ideologias raciais, no urbanismo, e na religião. Este esboço sociológico-histórico nos permite entender melhor, e de uma forma nova na antropologia, as mudanças na religiosidade e as políticas raciais: o crescimento do pentecostalismo e da consciência negra em Salvador explica-se de várias maneiras político-econômicas e simbólicas, mas procura-se aqui interligar os dois através de um interesse popular crescente em tombamento/cristalização de memórias e práticas supostamente populares como monumentos à nação. Desta forma, este artigo analisa a"hermenêutica da profundidade" tanto quanto na religião, nas ideologias raciais, e nas lógicas sociais do patrimônio cultural e histórico. Quer dizer, existem"ideologias semióticas" parecidas que influenciam a forma com que o Estado tanto quanto os cidadãos compreendam as relações entre evidências e verdades e exterioridades e interioridades.Downloads
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