Reprodução social de mão de obra: administração escravista no Vale do Paraíba (c.1860 – c.1870)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.20.2024.226873

Palavras-chave:

Escravidão, Lei do Ventre Livre, Tráfico escravo, Reprodução vegetativa, Administração senhorial

Resumo

O presente trabalho objetiva analisar o comportamento demográfico da escravaria de alguns proprietários do Vale do Paraíba que se opuseram à aprovação da Lei do Ventre Livre. Na primeira parte, constata a concentração da mão de obra escrava no Centro-Sul do Império. Na segunda, apreende as estratégias dos senhores para a reprodução social da escravidão após o encerramento do tráfico transatlântico, em 1850, e constata como a carta de 28 de setembro de 1871 as interrompia.

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Biografia do Autor

  • Bruno da Fonseca Miranda, Departamento de História. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo

    Possui bacharelado (2014), licenciatura (2014), mestrado (2018) e doutorado (2024) em História pela Universidade de São Paulo. É membro do Laboratório de Estudos sobre o Brasil e o Sistema Mundial (LabMundi-USP) e do Grupo de Pesquisa: O Império do Brasil e a Segunda Escravidão. Tem interesse na história do Império do Brasil, na crise da escravidão e na relação entre o Estado imperial e os proprietários de escravos.

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Publicado

2024-12-09

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

da Fonseca Miranda, B. (2024). Reprodução social de mão de obra: administração escravista no Vale do Paraíba (c.1860 – c.1870). Revista Angelus Novus, 15(20). https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.20.2024.226873