O significado do esporte para pessoas amputadas de membros inferiores que realizam prática esportiva adaptada
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.v35i4p203-214Palavras-chave:
Amputação, Fisioterapia, Fenomenologia, ReabilitaçãoResumo
A remoção de um segmento corporal exige da pessoa amputada uma nova forma de se relacionar com o meio que a cerca, o que habitualmente, gera um impacto negativo em suas vidas. A fim de minimizar este impacto negativo e desenvolver condições para o retorno às atividades cotidianas e sociais de forma funcional é fundamental um programa de reabilitação. Contudo, outras atividades, como as esportivas têm papel importante na reinserção social e podem contribuir com o processo de reabilitação. O objetivo desta pesquisa foi conhecer o significado que o esporte tem na vida das pessoas amputadas de membros inferiores que realizam prática esportiva adaptada. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo e caráter exploratório, na qual foram realizadas entrevistas, pautadas em pressupostos teórico-filosóficos extraídos de estudos fenomenológicos sobre amputação e sobre esporte adaptado. A pesquisa foi realizada com uma população de pessoas amputadas de membros inferiores que mantinham prática esportiva adaptada em uma associação desportiva para pessoas com deficiência. A análise do conteúdo das entrevistas foi realizada por meio da Análise de Conteúdo de Bardin. Os participantes da pesquisa relacionaram o significado do esporte com vida, saúde mental, saúde física e motivação. Foi possível identificar que o processo de aceitação e reconhecimento de um novo corpo, foi necessário para todos os participantes. Ficou evidente que o esporte permitiu o reconhecimento de potencialidades até então desconhecidas, contribuindo também para a autoestima de cada participante. Além disso, a espiritualidade religiosa, destacou-se como relevante fonte de apoio na vida dos voluntários.
Downloads
Referências
Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2010. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_deficiencia.pdf.
Marques AMFB, Vargas MAO, Schoeller SD, Kinoshita EY, Ramos FRS, Trombetta AP. O cuidado à saúde à pessoa com amputação: análise na perspectiva da bioética. Texto Contexto Enferm. 2014;23(4):898-906.
Jesus-Silva SG, Oliveira JP, Brianezi MHC, Silva MAM, Krupa AE, Cardoso RS. Análise dos fatores de risco relacionados às amputações maiores e menores de membros inferiores em hospital terciário. J Vasc Bras. 2017;16(1):16-22.
Fréz AR, Abdallah AA, Riedi C, Galindo J, Ruaro JÁ, Ribeiro SC. Proposed use of the international classification of functioning, disability and health to evaluate quality of life after an amputation. Fisioter Mov. 2014;27(1):49-56.
Larsson B, Johannesson A, Andersson IH, Atroshi I. Locomotor capabilities index: validity and reliability of the Swedish version in adults with lower limb amputation. Health Qual Life Outcomes. 2009;23:7:44.
Santos KPB, Luz SCT. Experiências na Extensão Universitária: reabilitação de Amputados. Rev Bras Educ Med. 2015;39(4):602-606.
Cardoso VD. A reabilitação de pessoas com deficiência através do desporto adaptado. Rev Bras Ciênc Esporte. 2011;33 (2):529-539.
Cardoso VD, Gaya AC. A classificação funcional no esporte paralímpico. Rev Fac Educ Fís Unicamp. 2014;12(2):132-146.
Costa E, Silva AA, Marques RFR, Pena LGS, Molchansky S, Borges M, Campos LFCC. et al. Esporte adaptado: abordagem sobre os fatores que influenciam a prática do esporte coletivo em cadeira de rodas. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2013;27(4):679-687.
Heil EB. A percepção de atletas com deficiência visual sobre o esporte adaptado [monografia]. Itajaí (SC): Universidade
do Vale do Itajaí, Centro de Ciências da Saúde; 2008.
Flores PP, Lehnhard AR, Palma LE. Esportes adaptados: proporcionando diferentes modalidades para deficientes físicos. 2011. Disponível em: https://www.unl.edu.ar/iberoextension/dvd/archivos/ponencias/mesa3/esportes-adaptados-proporcio.pdf.
Brazuna MR, Mauerberg-Decastro E. A trajetória do atleta portador de deficiência física no esporte adaptado de rendimento: uma revisão da literatura. Motriz. 2001;7(2):115-123.
Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011. 229 p.
Turato ER. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev Saúde Pública. 2005;39(3):507-514.
Minayo MCS, Cavalcante FG, Souza ER. Methodological proposal for studying suicide as a complex phenomenon. Cad Saude Publica. 2006;22(8):1587-96.
Merleau-Ponty M. Fenomenologia da percepção. Tradução de Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes; 1994.
Barbosa LBA, Guerra CL, Resende JL, Andrade MBT. Sentimentos e expectativas do ser-amputado: um olhar fenomenológico. Rev Univ Vale do Rio Verde. 2016;14(2):62-72.
Ranieri LP, Barreira CRA. A superação esportiva vivenciada por atletas com deficiência visual: análise fenomenológica. Rev Bras Psicol Esporte. 2010;3(2):46-60.
Silva GRF. Entrevista como técnica de pesquisa qualitativa. Online Braz J Nursing. 2006;5(2).
Martins MCFN, Bógus CM. Considerações sobre a metodologia qualitativa como recurso para o estudo das ações de humanização em saúde. Saúde Soc. 2044;13(3):44-57.
Urquiza MA, Marques DB. Análise de conteúdo em termos de Bardin aplicada à comunicação corporativa sob o signo de uma abordagem teórico-empírica. Entretextos. 2017;16(1):115-144.
Junges JR, Recktenwald M, Herbert NDR, Moretti AW, Tomasini F, Pereira BNK. Sigilo e privacidade das informações sobre usuário nas equipes de atenção básica à saúde: revisão. Rev Bioét. 2015;23(1):200-6.
Silva ENC. (M)eu Corpo: a subjetivação na corporeidade deficiente [monografia]. Brasília (DF): Centro Universitário de Brasília, Faculdade de Ciências da Educação e Saúde, Faculdade de Psicologia; 2013.
Chini GCO, Boemer MR. A amputação na percepção de quem a vivencia: um estudo sob a ótica fenomenológica. Rev Latinoam Enfermagem. 2007;15(2).
Ribas ML, Contreira AR, Freitas AFL, Caruzzo AM, Codonhato R, Moreira CR. et al. Autoestima e motivação em atletas paranaenses de bocha paralímpica. Universidade Estadual de Maringá. Universidade Federal do Acre. Rio Branco (AC); 2019. Apresentação.
Gorgatti MG, Gorgatti T. O esporte para pessoas com necessidades especiais. In: Gorgatti MG, Costa RF, organizadores. Atividade física adaptada. Barueri, SP: Manole; 2005.
Freitas AC, Silva JO, Ferreira FM, Camelo RS, Mendes LAC. Atletas amputados e paraolimpíadas: uma análise de conteúdos digitais a partir da Terapia Cognitiva-Comportamental. Rev Mangaio Academico. 2017;2(1).
Pinto EB. Espiritualidade e religiosidade: articulações. Rev Estudos Religião. 2009:68-83.
Peirano AH, Franz RW. Spirituality and quality of life in limb amputees. Int J Angiol. 2012;21(1):47-52.
Costa MS. Um índice de mobilidade urbana sustentável. São Carlos; 2008.
Meliscki GA, Monteiro LZ, Giglio CA. Avaliação postural de nadadores e sua relação com o tipo de respiração. Fisioter Mov. 2011;24(4):721-728.
Barbosa T, Queirós T. A problemática da respiração no ensino da natação. Lecturas Educ Fís Deportes. 2003(58).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Brasileira de Educação Física e Esporte
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Todo o conteúdo da revista, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons (CC-BY)
