Representação social sobre saúde em uma escola no Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/1807-5509202000040611Palavras-chave:
Jovens, Ensino Médio, Abordagem Estrutural, MedicalizaçãoResumo
O objetivo do estudo foi identificar a representação social sobre saúde em um grupo formado por 186 jovens que cursavam o segundo ano do ensino médio em uma escola localizada no município do Rio de Janeiro. O estudo foi realizado no ano de 2016 e os dados foram coletados a partir de evocações livres ao termo indutor saúde. Para tal, utilizou-se a Teoria das Representações Sociais (TRS) elaborada por Moscovici, em especial, a técnica de associação livre de ideias baseada na Teoria do Núcleo Central (TNC) proposta por Jean Claude Abric. Os resultados encontrados em um primeiro momento apontaram para uma representação baseada em uma perspectiva biofi siológica da saúde, na qual o elemento central revelado foi Hospital, e os elementos periféricos de maior representatividade foram: Médico, Bem-estar, Exercício, Alimentação e Precariedade. Concluiu-se que a representação de saúde para o grupo estava subordinada principalmente a um contexto social medicalizado, em que as práticas corporais entendidas como saudáveis formavam o pano de fundo para interação com o mundo da estética. Finalizando, notou-se uma dicotomia existente entre a saúde privada e a pública, o que torna essa representação uma questão mais de caráter socioeconômico do que propriamente biológico.
Downloads
Referências
Vigarello G. Treinar. In: Courtine JJ, organizador. História do corpo: as mutações do olhar: O século XX. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. p. 197-250
Zalfa LMC, Candido CM, Assis MR. O sentido dos discursos sobre atividade física no jornal O Globo Online. Rev Bras Ci Mov. 2016; 24(2):15-25. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/5770/4389.
Sfez L. A saúde perfeita: crítica de uma nova utopia. São Paulo: Loyola, 1996.
Clark J. Medicalization of global health 1: has the global health agenda become too medicalized? Global Health Action, 2014;7(1):1-6. Disponível em: http://www.tandfonline. com/doi/pdf/10.3402/gha.v7.23998%40zgha20.2014.7.issue-s3?needAccess=true
Gaudenzi P, Ortega F. O estatuto da medicalização e as interpretações de Ivan lllitch e Michel Foucault como ferramentas conceituais para o estudo da desmedicalização. Interface Comunic Saúde Educ. 2011;16(40):21-34.
Ortega F. Biopolíticas da saúde: reflexões a partir de Michel Foucault, Agnes Heller e Hannah Arendt. Interface Cominic Saúde Educ. 2004;8(14):9-20. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832004000100002.
Foucault M. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France. São Paulo: Martins Fonte, 2005.
Soares CL. Raízes europeias e Brasil. São Paulo: Autores Associados, 2007.
De Oliveira MAT; Linhales MA. Pensar a educação do corpo na e para a escola. Rev Bras Educ. 2011;16(47). Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n47/v16n47a07.pdf
Moscovici S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
Sá CP. Núcleo Central das Representações Sociais. Petrópolis: Vozes, 2002.
Arruda Â. A teoria das representações sociais e teorias de gênero. Cad Pesquisa. São Paulo. 2009;117:127-147.
Spink MJ. O estudo das representações sociais. In: Spink MJ, organizador. O conhecimento no cotidiano: as representações sociais na perspectiva da psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 1995. p. 85-108.
Jodelet D. Representações Sociais: um domínio em expansão. In: Jodelet D, organizador. As representações sociais: Rio de Janeiro: EduUERJ. 2001.p.17-44.
Abric JC. A abordagem estrutural das representações sociais. In: Moreira ASP, Oliveira DC. Estudos interdisciplinares de representação social. 2 ed. Goiânia: Ab, 2000. p. 27-46.
Vergès P, Tyszka T, Vergès, P. Noyau central, saillance et proprietés structurales. Papers Social Repres. 1994;3:3-12.
Wachelke J, Wolter R. Critérios de construção e relato da análise prototípica para representações sociais. Psicol Teor Pesq. 2001;27(4): 521-526.
Morin M, Vergès P. Enquête sur une représentation en voie d’émancipation: le sida pour les jeunes. Cahiers Intern Psychol Soc. 1992;15: 46-75.
Gurrieri C, Wolter RP, Sorribas E. L’implication personnelle: un outil psychosocial pour comprendre le lien population-objet. Psicol Estudo, 2007;12: 423-432.
. OrneIlas CP. Os hospitais: lugar de doentes e de outros personagens menos referenciados. R. Bras. Enferm,1998;51(2):253-262. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71671998000200007&script=sci_abstract&tlng=p Acesso em: 24 Out. 2017.
Czeresnia D. The Concepto f health and the diference between prevention and promotion. Cad Saúde Púb, 1999;15(4):701-709. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/ v15n4/1010.pdf . Acesso em: 20 de out. 2017.
Rosen G. Da Polícia Médica à Medicina Social. São Paulo: Unesp- Huicitec/Abrasco, 1974.
Foucault M. Microfísica do Poder. São Paulo: Paz e Terra, 1979.
Foucault M. História Da Sexualidade 1: A Vontade De Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1999.
Nascimento MC, et al. A categoria racionalidade médica e uma nova epistemologia em saúde. Rev Ciênc Saúde Col, 2013;18(12):3595-3604. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v18n12/a16v18n12.pdf. Acesso em: 20 out. 2017.
Illich I. A expropriação da saúde. Nêmesis da medicina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
Ferreira MS, Castiel LD, Cardoso MHCM. Atividade Física na perspectiva da nova Promoção da Saúde: contradições de um programa institucional. Rev. Ciência & Saúde Coletiva, 2009;16:865-872. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232011000700018&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 20 dez 2017.
Fraga AB. Exercício da Informação: governo dos corpos no mercado da vida ativa. Campinas: Autores Associados, 2006.
Turi BC, Monteiro HL, Fernandes RA, Codgno JS. The impact of physical activity on mitgation of health care costs related to diabetes mellitus: Findings from developed and developing settings. Curr Diabetes Rev, 2016; 12(4):307-311. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26472573 . Acesso em: 3 mar. 2018.
Silva MAV da et all. Impacto da ativação da intenção na prática de atividade física em diabéticos tipo II: ensaio clínico randomizado. Rev Ciênc Saúde Col, 2015: 20(3): 875-886. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000300875&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 3 mar. 2018.
Santos AJCA et al. Effects of diabetes mellitus type I on skeletal muscle: An integrative review. J Morphologic Sci, 2016; 33(2):118-120. Disponível em: http://jms.org.br/PDF/v33n2a13.pdf. Acesso em: 3 mar. 2018.
. Reis RS et al. Scaling up physical activity interventions worldwide: Stepping up to larger and smarter approaches to get people moving. Lancet, 2016; 388(10051):1337-1348. Disponível em: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(16)30728-0/fulltext. Acesso em: 3 mar. 2018.
Matsudo SM et al. The Agita São Paulo program as a model for using physical activity to promote health. Rev Panamerican Salud Publica/ Pan American J Public Health, 2003;14 (4):265-272. Disponível em: https://scielosp.org/article/rpsp/2003.v14n4/265-272/en/. Acesso em: 3 mar. 2018.
Ferrari CKB. Metabolic syndrome and obesety: Epidemiology and prevention by physical activity and exercise. J Exercise Sci Fitness, 2008;6(2):87-96. Disponível em: https://www.scopus.com/record/display.uri?eid=2-s2.0-58149107490&origin=inward&txGid=9c45cd6fc20c6babef839a0901811414: Acesso em: 3 mar. 2018.
Buss PM. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc Saúde Coletiva, 2000;5(1):163-177
Minayo MCS, Hartz ZMA, Buss PM. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciênc Saúde Col, 2000;5(1):7-18.
Abric JC. Práticas sociales y representaciones. México: Ediciones Coyoacán, 2001.
Paim J. A constituição cidadã e os 25 anos do Sistema Único de Saúde. In: Gomes IM, Fraga AB, Carvalho YM. Práticas corporais no campo da saúde: uma política em formação. Rede Unida: Porto Alegre, 2015, p. 21-46.
Buss PM, Pellegrine Filho A. A saúde e seus determinantes sociais. Physis, 2007;17(1):77-93.
Canguilhem G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista Brasileira de Educação Física e Esporte
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Todo o conteúdo da revista, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons (CC-BY)
