Poesia em movimento: uma história do solo da Ginástica Artística para mulheres
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2024e38188472Palavras-chave:
Gymnastics apparatus, History of Sport, Olympic Games, Women’s in SportResumo
Na Ginástica Artística para mulheres, o solo foi concebido para ressaltar a beleza, a expressão e a coreografia. Nesse palco, as ginastas recitam poemas por meio dos movimentos e são capazes de contar histórias com seus corpos. Entretanto, as mulheres passaram por um longo processo de embates para serem incorporadas na Ginástica. Nesse âmbito, a prova de solo passou por alterações substanciais desde o seu surgimento na ginástica para os homens até a incorporação das mulheres na Ginástica Artística. Assim, em busca de uma melhor compreensão desse processo de mudanças, o objetivo desse artigo foi percorrer a história da prova de solo por meio de uma pesquisa histórica. Desde a antiguidade até as trupes de artistas medievais, dos rituais até os espetáculos de entretenimento, o entrelaçamento entre as mulheres e os elementos que compõem os exercícios de solo na atualidade já estava presente. Todavia, foi no movimento ginástico Europeu que ocorreu a gênese dos exercícios de solo contemporâneos. Inicialmente, coube às mulheres o papel de espectadoras dos homens e a sua participação foi galgada por meio de passos pequenos no universo esportivo da Ginástica Artística no século XX. Apesar dos avanços obtidos ao longo dos anos, as ginastas foram limitadas pela feminilidade considerada essencial para a vida em sociedade e pela defesa de que apenas esportes com plasticidade estética seriam mais recomendados para esse público. No entanto, advertimos que as próprias atletas ditaram os (novos) rumos da modalidade, por meio da criatividade e da incorporação de elementos ginásticos acrobáticos. Esses elementos se tornaram tendência e mudaram os direcionamentos da modalidade.
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