A prática esportiva e de exercício físico entre militares da Academia da Força Aérea: o que muda depois do curso de formação?

Autores

  • Marina Souza Pessoa de Medeiros Universidade de São Paulo. Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil
  • Vítor Ricci Costa Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0966-4431
  • Myrian Nunomura Universidade de São Paulo. Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3669-0571

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2024e38188624

Palavras-chave:

Motivação, Autodeterminação, Treinamento Físico Militar, Comportamentos saudáveis

Resumo

Durante o Curso de Formação de Oficiais na Academia da Força Aérea (AFA), a educação física é ministrada por meio de uma disciplina curricular, obrigatória a todos os alunos, independente do ano e da especialidade. Alguns estudos têm analisado a incidência de sedentarismo e aumento de peso em militares, que podem comprometer a saúde e a operacionalidade do profissional. Porém, embora haja estudos que tratem da importância do bom condicionamento físico, ainda são raros aqueles que analisam a motivação desses profissionais para a prática regular de exercício físico ou esporte. Dessa forma, este estudo analisou a motivação dos militares à prática esportiva e de exercícios físicos. Participaram do estudo, cinco Oficiais, do posto de tenente, formados pela AFA. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturada e analisados pelo método da Análise Temática. Foram observados como aspectos favoráveis à motivação: a identificação com o grupo e modalidade esportiva, a preocupação com a saúde, bem estar e qualidade de vida, a autonomia e conhecimentos adquiridos na formação e a operacionalidade militar. Em contrapartida, os aspectos negativos foram: a educação física opcional, a prática de exercícios fora do quartel, a experiência negativa durante a formação e a falta de exemplo e estímulo dos superiores hierárquicos, o que pode trazer prejuízos à saúde, qualidade de vida e à operacionalidade. 

Downloads

Referências

Kohl III HW, Craig L, Lambert E, et al. The pandemic of physical inactivity: global action for Public Health. Lancet. 2012;380:294-305.

World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. Geneva: World Health Organization; 2010.

Brasil. Estatuto dos Militares. Lei nº 6.880, de 9 de Dezembro de 1980. Brasília: Presidência da República; 1980.

Avila JA, Lima FPDB, Pascoa MA, Tessutti LS. Efeito de 13 Semanas de Treinamento Físico Militar sobre a composição corporal e o desempenho físico dos alunos da escola Preparatória de Cadetes do Exército. Rev Bras Med Esporte. 2013;19:363-366.

Brasil. Ministério da Defesa. Departamento de Ensino da Aeronáutica. Instrução do Comando da Aeronáutica - Currículo Mínimo do Curso de Formação de Oficiais Aviadores da Academia da Força Aérea (ICA 37-736). Brasília: Ministério da Defesa; 2017.

Brasil. Ministério da Defesa. Departamento de Ensino da Aeronáutica. Instrução do Comando da Aeronáutica - Normas Reguladoras para os Cursos da Academia da Força Aérea (ICA-37-33). Brasília: Ministério da Defesa; 2009.

Muniz GR, Bastos FI. Prevalência de obesidade em limitares da força aérea brasileira e suas implicações na medicina aeroespacial. Rev Educ Tecn Apl Aeron. 2010;2:25-36.

Donadussi C, Oliveira AF, Fatel ECS, Dichi JB, Dishi I. Ingestão de lipídios na dieta e indicadores antropométricos de adiposidade em policiais militares. Rev Nutr. 2009;22:847-855.

Minayo MCS, Assis SG, Oliveira RVC. Impacto das atividades profissionais na saúde física e mental dos policiais civis e militares do Rio de Janeiro (RJ, Brasil). Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16:2199-2209.

Wenzel D, Souza JMP, Souza SB. Prevalência de hipertensão arterial em militares jovens e fatores associados. Rev Saúde Pública. 2009;43:789-795.

Neves EB. Prevalência de sobrepeso e obesidade em militares do exército brasileiro: associação com a hipertensão arterial. Ciênc Saúde Coletiva. 2008;13:1661-1668.

Deci E, Ryan R. The “What” and “Why” of goal pursuits: human needs and the self-determination of behaviour. Psychological Inquiry. 2000;11:227-68.

Deci E, Richard R. Intrinsic Motivation and self-determination in human behavior. New York: Springer Science and Business Media; 1985.

Deci E, Ryan R. Self-Determination theory: a macrotheory of human motivation, development, and health. Canadian Psychology. 2008;49:182-185.

Wilson PM, Mack DE; Grattan KP. Understanding motivation for exercise: a self-determination theory perspective. Canadian Psychology. 2008;49:250-256.

Triviños ANS. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas; 1992.

Sparkes AC, Smith B. Qualitative research methods in sport, exercise and health: from process to product. Abingdon: Routledge; 2014.

Braun V, Clarke V. Using Thematic analysis in psychology. qualitative research in psychology. 2006;30:77-101.

Ryan R, Deci E. Self-Determination theory and the facilitation of intrinsic motivation, social development, and well-being. American Psychologist. 2000;55:68-78.

Carbinatto MV, Tsukamoto MH, Lopes P, Nunomura M. Motivação e ginástica artística no contexto extracurricular. Conexões. 2010;8:124-145.

Lopes P, Nunomura M. Motivação para a Prática e Permanência na Ginástica Artística de Alto Nível. Rev Bras Educ Fís Esporte. 2007;21:177-187.

Xavier R, Sanchez C, Paulucio D, et al. A multidimensional approach to assessing anthropometric and aerobic fitness profiles of elite Brazilian endurance athletes and military personnel. Military Medicine. 2019;184:11-12.

López FAL. Desentrenamiento: análisis y critérios actuales. EFDEPORTES. 2021;7.

Franklin BA. Programs Factors That influence exercise adherence: practical adherence skills for the clinical staff. In: Dishman RD, organizador. Exercise adherence it's impact on Public Health. Champaign: Human Kinetics; 1988.

Baun BW, Bernacki JE. Who Are corporate exercises and what motivates them?. In: Dishman RD, organizador. Exercise adherence it's impact on Public Health. Champaign: Human Kinetics; 1988.

Oldridge NB. Compliance with exercise in cardiac rehabilitation. In: Dishman RK, organizador. Exercise adherence - it's impact on Public Health. Champaign: Human Kinetics; 1988.

Downloads

Publicado

2024-12-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Medeiros, M. S. P. de, Costa, V. R., & Nunomura, M. (2024). A prática esportiva e de exercício físico entre militares da Academia da Força Aérea: o que muda depois do curso de formação?. Revista Brasileira De Educação Física E Esporte, 38, e38188624. https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2024e38188624