Relação entre atividade física, hábitos cotidianos e sintomas emocionais de praticantes de lutas na pandemia de COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-4690.2023e37191745Palavras-chave:
Exercício físico, Saúde, Artes marciais, Coronavírus, Distanciamento socialResumo
O objetivo deste estudo foi verificar a influência do distanciamento social sobre o estilo de vida e sintomas emocionais de praticantes de lutas/artes marciais durante o período da pandemia de COVID-19. Mais especificamente, buscou-se identificar dados sobre comportamento sedentário, atividade física, e sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e comparativo. A amostra investigada foi de 28 praticantes de lutas, avaliados por meio de coleta online, através de ficha de dados econômicos e sociodemográficos; questionário de Saúde e Atividade Física e Escala DASS-21 versão curta. Foram encontradas diferenças significativas entre o período pré e durante pandemia de COVID-19, quando comparadas as médias do total de tipos de atividade física realizadas pelos participantes (p = 0,009) e o relato de tempo mínimo de 150 minutos investido semanalmente nessas atividades (p = 0,006). Também, uma parte significativa da amostra (p = ≤0,001) deixou de praticar lutas/artes marciais após o início da pandemia. A redução nas atividades pode ter ocorrido devido a situações como o fechamento e restrição de espaços como academias e centros esportivos. Fatores relacionados à saúde física e emocional são beneficiados pela manutenção do comportamento ativo, indicando-se que a prática de atividades físicas, incluindo-se lutas e artes marciais, deve ser mantida, mesmo em caráter doméstico, a fim de contribuir com a saúde e a qualidade de vida e a redução do comportamento sedentário.
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