Não deu certo por quê? Uma aplicação empírica da extensão do modelo de Burns e Scapens no âmbito da implementação de um departamento de controladoria
DOI:
https://doi.org/10.1590/1808-057x201702820Resumo
Este estudo tem como objetivo compreender a implementação de um departamento de controladoria aplicando o modelo de Bogt e Scapens (2014) como mecanismo de observação empírica para investigar as lógicas que impediram a implementação deste departamento. Este estudo foi realizado em uma empresa da Região Sul do Brasil que possui uma história de sucesso em seus 63 anos de existência. Espera-se, com os resultados, promover insights práticos para aqueles que pretendem realizar mudanças nesta área em um ambiente organizacional. A motivação para a pesquisa decorreu de dois aspectos: a lacuna observada na literatura, cujo tema ainda é pouco explorado, bem como a oportunidade diante do contexto para pesquisa de aplicação empírica do modelo de Burns e Scapens (2000) reformulado pelos autores Bogt e Scapens (2014). Bogt e Scapens (2014), inspirados pela existência de diferentes lógicas (Bogt & Scapens, 2012), sugerem a inclusão de um termo bastante importante para reavaliar o modelo original dos autores Burns e Scapens (2000): a lógica. Este novo elemento evidencia a ação deliberada do ator organizacional, seu modo de pensar. No entanto, mesmo com a introdução da lógica por Bogt e Scapens (2014) no modelo, suas rotinas e regras continuam como elementos importantes para a materialização das ações. A metodologia utilizada consiste em estudo de caso interpretativista com análise documental, observações diretas e aplicação de entrevistas semiestruturadas. Por meio das entrevistas e discussão com os indivíduos envolvidos no estudo pode-se inferir que algumas lógicas resultaram em conflitos. Lógicas diferentes, cultura das pessoas e cultura da organização são aspectos relevantes que foram observados nos discursos analisados. Todos podem ser fatores que conduziram ao hiato do departamento de controladoria na organização. Além disso, o fator tempo, proposto no modelo ajustado de Bogt e Scapens (2014), possui primordial importância, pois as mudanças precisam acontecer de maneira mais gradativa.Downloads
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