Recuperação de rios urbanos: da interdependência e sincronicidade dos processos de desnaturalização em rios e bacias hidrográficas urbanas
DOI:
https://doi.org/10.11606/rdg.v40i0.162247Palavras-chave:
Hidrologia urbana, Áreas impermeáveis, Canalização, DesnaturalizaçãoResumo
O presente estudo avalia do ponto de vista teórico e prático a interdependência e sincronicidade dos processos de desnaturalização que ocorrem no rio e na bacia hidrográfica em ambientes urbanos. De maneira complementar, avalia como a interdependência destes processos é abordada nos trabalhos de recuperação de rios urbanos. Do ponto de vista teórico, verificou-se que há uma gama de projetos de recuperação de rios urbanos degradados com diferentes abordagens e propósitos, e que tais projetos se voltam especialmente aos processos que ocorrem estritamente nos rios. A literatura sugere que esta pode ser a causa do insucesso de muitos dos projetos de recuperação de rios urbanos. A avaliação prática foi realizada na bacia hidrográfica Córrego do Aviário, localizada em área urbana da cidade de Curitiba/PR. A área foi compartimentada em Ottobacias, para que fosse realizada a quantificação da desnaturalização dos elementos rio e bacia hidrográfica em cada uma das unidades de análise. A aplicação prática permite concluir que as modificações verificadas na rede de drenagem são um reflexo da impermeabilização do solo ou desnaturalização das Ottobacias. Espera-se que na medida em que aumentem as porções impermeáveis das Ottobacias esta condição esteja refletida na alteração da rede de drenagem. De maneira geral, a metodologia empregada no presente estudo pode ser utilizada como ferramenta para diagnóstico no planejamento do espaço urbano e na recuperação de rios degradados.
Downloads
Referências
ASSUMPÇÃO, A. P.; MARÇAL, M. S. Retificação dos canais fluviais e mudanças geomorfológicas na planície do rio Macaé (RJ). Revista de Geografia (UFPE), Recife, v. 29, n. 3, p. 19-36, 2012.
AWS - Anacostia Wathershed Society. Anacostia Wathershed Society. Maryland, EUA, 2019. Disponível em: http://www.anacostiaws.org/. Acesso em: abril de 2019.
BARBOSA, D. S.; ESPÍNDOLA, E. L. G; MENDIONDO, E. M. Diretrizes ecológicas em projetos de recuperação de rios urbanos tropicais: estudo de caso no rio Tijuco Preto. 7° SILUSBA, São Carlos/SP, 2005.
BINDER, W. Rios e Córregos, Preservar, Conservar, Renaturalizar: A Recuperação de Rios, Possibilidades e Limites da Engenharia Ambiental. 3. ed. Rio de Janeiro: SEMADS, 2001. 41 p.
BINDER, W. Case Studies: Isar – Germany. In: Expo Zaragoza 2008 (Exposición Internacional Agua y Desarrollo Sostenible), Zaragoza, 2008.
BOTELHO, R. G. M. Bacias Hidrográficas Urbanas. In: GUERRA, A. J. T. (org.). Geomorfologia Urbana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. cap. 3, p. 71-115.
BOER, C.; BRESSERS, H. Analyzing the renaturalization of the Dutch Regge river: Complex and Dynamic Implementation Processes. Netherlands: University of Twente, 2011.
CARVALHO, J. W. L. T. Configuração urbana e balanço hídrico com aplicação do modelo Aquacycle na bacia hidrográfica do rio Belém – Curitiba/PR. 2016. 136 p. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Departamento de Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016.
CUNHA, S. B. Rios desnaturalizados. In: BARBOSA, J. L. (org.). Ordenamento Territorial e Ambiental. 1. ed. Niterói: EDUFF, 2012, cap. 8, p. 171-19.
DINIZ, L. F. M.; GOULART, E. M. A.; LISBOA, A.H. Projeto Manuelzão: a história da mobilização que começou em torno de um rio. Belo Horizonte: Instituto Guaicuy, 2008.
FINDLAY, J. S.; TAYLOR, M. P. Why rehabilitate river systems? Royal Gepgraphical Society. 2006
GORDARD, G. Eventos pluviais extremos e riscos hidrometeorológicos híbridos na bacia do Alto Iguaçu (Paraná). 2019. 234 p. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Departamento de Geografia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019.
KATZ, C.; REID, P.; ANDRADE, M. Tres visiones sobre el río Mapocho. ARQ, Santiago, n. 72, p. 56-59, 2009. DOI 10.4067/S0717-69962009000200011
KRUSKAL, W. H.; WALLIS, W. A. Use of ranks in one-criterion variance analysis. Journal of the American Statistical Association. v.47, n. 260, p.583-621, 1952. DOI 10.2307/2280779
LEE, J; PAK, G.; YOO, C.; KIM, S.; YOON, J. Effects of land use change and water reuse options on urban water cycle. Journal of Environmental Sciences, n. 22(6), p. 923–928, 2010. DOI 10.1016/S1001-0742(09)60199-6
LEKKAS, D. F.; MANOLI, E.; ASSIMACOPOULOS, D. Integrated urban water modelling using the Aquacycle model. Global NEST Journal, v. 10, n. 3, p. 310-319, 2008.
MACHADO, A. T. M. A construção de um programa de revitalização na bacia do Rio São Francisco Estudos Avançados. 22 (63), São Paulo, 2008.
MARTINS, J. R. C. Uso de técnicas urbanísticas para mitigação da impermeabilização: Parques Lineares. São Paulo: USP, 2015.
MEJÍA, A., DALY, E., ROSSEL, F., JOVANOVIC, T., GIRONAS, J. A stochastic model of streamflow for urbanized basins. Water Resources Research, v. 50, n. 3, p. 1984–2001, 2014. DOI 10.1002/2013WR014834
MINEROPAR. Atlas Geomorfológico do Estado do Paraná – Escala base 1:250.000, modelos reduzidos 1: 500.000 / Minerais do Paraná; Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2006.
MITCHELL, G.; MEIN, R.; MCMAHON, T. A. Modelling the urban water cycle. Journal of Environmental Modelling and Software. v. 16, n. 7, p. 615-629, 2001. DOI 10.1016/S1364-8152(01)00029-9
PALMER, A. M.; MENNINGER, H.; BERNHARDT, E. River restoration, habitat heterogeneity and biodiversity: a failure of theory or practice? Freshwater Biology. v. 55, p. 205–222, 2010. DOI 10.1111/j.1365-2427.2009.02372.x
PALMER, A. M.; RUHI, A. Linkages between flow regime, biota, and ecosystem processes: Implications for river restoration. Science, Nova York, v. 365, n. 6459, p. eaaw2087, 2019. DOI 10.1126/science.aaw2087
PFAFSTETTER, O. Classificação de bacias hidrográficas. Rio de Jeneiro: Departamento Nacional de Obras de Saneamento, 1989.
RUTHERFURD, I. D. JERIE, K.; MARSH, N. A Rehabilitation Manual for Australian Streams. Melbourn: Land and Water Resources Research and Development Corporation and Cooperative Research Centre for Catchment Hydrology. v. 2, 2000.
RUTHERFURD, I. D.; JERIE, K.; MARSH, N. A Rehabilitation Manual for Australian Streams. Melbourn: Land and Water Resources Research and Development Corporation and Cooperative Research Centre for Catchment Hydrology. v.2, 2000.
SARTÓRIO, M. V. O. Desnaturalização dos sistemas fluviais urbanos: o caso do canal da costa e do canal Bigossi, Vila Velha (ES). 2018. 167 p. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2018.
STEVAUX, J. C.; LATRUBESSE, E. M. Geomorfologia Fluvial. MENDONÇA, F. A. (org.) Coleção Geografia, v. 3. São Paulo: Oficina de Textos, 2017.
TUCCI, C. E. M. Gerenciamento da drenagem urbana. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. v. 7, n. 1, p. 5-27, jan-mar, 2002.
TUCCI, C. E. M. Águas Urbanas. Estudos Avançados. v. 22, n. 63, p. 97-112, 2008.
VARGHA, A.; DELANEY, H. D. The Kruskal-Wallis Test and Stochastic Homogeneity. Journal of Educational and Behavioral Statistics. v. 23, n. 2, p. 170–192, 1998. DOI 10.3102/10769986023002170
WWC - World Water Council. Start With Water: Putting water on local action agendas to support global change. Marseille: 2018
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Juliana Wilse Landolfi Texeira de Carvalho, Fernando Helmuth Syring Marangon, Irani dos Santos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution BY-NC-SA que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. A licença adotada enquadra-se no padrão CC-BY-NC-SA.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).