Precipitação em Maringá-PR: estatísticas descritivas, tendência de longo prazo e probabilidade de eventos extremos diários
DOI:
https://doi.org/10.11606/rdg.v39i0.164209Palavras-chave:
Regressão linear, Distribuição gama, Dias úmidos consecutivos, Estação climatológicaResumo
Este artigo buscou apresentar uma visão geral sobre a precipitação registrada na Estação Climatológica Principal de Maringá (ECPM), no período de 1980 a 2018. Quatro objetivos delinearam a pesquisa: i) obtenção de estatísticas descritivas; ii) avaliação de tendências de longo prazo; iii) avaliação da distribuição de probabilidade da precipitação diária, e iv) análise dos dias consecutivos com chuvas. Além do padrão geral dos períodos úmido e seco, observou-se máximos locais de precipitação em maio e outubro. As tendências de longo prazo foram avaliadas por meio da análise de regressão linear, não se identificando tendências estatísticas significativas. Entretanto, por meio do teste de médias, verificou-se que os anos mais recentes (2013 a 2018) foram mais chuvosos do que o restante da série (1980 a 2012). A distribuição gama foi a que apresentou o melhor ajuste entre os dados analisados e a distribuição teórica. Observou-se que em maio, setembro e outubro os volumes diários estimados são superiores aos observados no restante do ano. O período com maior número de dias consecutivos de chuva é entre outubro a março. Por outro lado, os maiores volumes por evento acontecem nesses meses e em maio e setembro. Embora tenham acumulados mensais menores do que nos meses de verão, nas estações do outono e da primavera ocorrem chuvas diárias expressivas, cujos extremos são maiores do que no verão. Essa característica relaciona-se à atuação intensificada de sistemas atmosféricos de baixa pressão, principalmente cavados e sistemas frontais precoces ou tardios.
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