Amazônia: explorando o baixo Rio Branco – Roraima/Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.11606/rdg.v40i0.170817Palavras-chave:
Bem viver, Populações tradicionais, Unidade de conservação, Trabalho de campoResumo
Esse artigo retoma uma importante tradição da Geografia brasileira: os relatos de campo. Ele apresenta a visão de pesquisadores que, durante 10 dias de maio de 2019, percorreram o rio Branco para visitar 16 comunidades em Roraima. Ao longo do período foram utilizadas diferentes técnicas de pesquisa, como a coleta de depoimentos de membros das comunidades por meio de entrevistas informais, rodas de conversa com lideranças, o registro fotográfico e em vídeo, assim como anotações de observações em campo. Também foram realizadas análises a bordo entre os membros da equipe que culminaram na produção desse artigo. O objetivo da pesquisa é conhecer e identificar potenciais, carências e vivências de comunidades que vivem à beira de rios em Roraima. O relato constatou que as comunidades estão sujeitas a lógicas externas, como o turismo internacional, que afeta drasticamente o modo de vida, bem como dependem de centros urbanos, como Boa Vista e Manaus, para escoar sua produção, baseada no extrativismo. Ainda assim, observou-se que as comunidades conseguem expressar o bem viver, posto que não desejam abandonar os lugares onde vivem. Por fim, verificou-se também que o cotidiano das mulheres é diferente dos homens, seja na participação da produção de farinha ou na pesca, seja no lazer.
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