OS NOVOS ENFOQUES DA GEOGRAFIA COM O APOIO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
DOI:
https://doi.org/10.11606/rdg.v0i0.548Palavras-chave:
Geografia Quantitativa, Geografia Qualitativa, Geografia Humana, Ciência da Informação Geográfica, Cartografia Digital, Mapas MentaisResumo
Resumo: Tratou-se neste artigo de relevar o papel da Cartografia e das formas de analisar e representar o espaço, utilizando métodos qualitativos e quantitativos. Foram consideradas, em especial, as novas tendências e desafios das Tecnologias da Informação Geográfica, diante dos principais paradigmas que estão em foco no debate atual na Geografia. A partir do trabalho de Kuhn, em 1970, muitos geógrafos e estudiosos da evolução do pensamento geográfico aplicaram o modelo da mudança de paradigmas ao desenvolvimento conceitual desta ciência. No entanto, analisando a evolução da Geografia do século XX e início do XXI, tem-se observado certa regularidade de mudanças paradigmáticas entre os chamados “períodos de desenvolvimento da ciência normal”, com ciclos de duração entre 20 e 25 anos (Buzai, 1999). Mas também verificou-se que em nenhum momento um paradigma eliminava por completo o anterior, mas o deslocava no tempo. Assim vemos o atual ressurgimento da Geografia Quantitativa, com uma quantidade expressiva de trabalhos e novas propostas de cálculo, análise e modelagem temática complexa, derivadas do impacto que têm exercido as tecnologias da informação neste campo, o que tem dado lugar às denominadas Tecnologias da Informação Geográfica, ou Geotecnologias. No entanto, percebe-se também a presença ativa do chamado Paradigma Humanista, mediante o qual se tem construído uma visão espacial alternativa e independente, seguindo certos fundamentos iniciais, a partir dos estudos culturais de vertentes geográfico-antropológicas (Sauer, 1925, 1927, 1963), e daqueles outros relacionados com os mapas mentais urbanos (Cauvin, 2002; Strauss, 1987; Lynch, 1960). Aqui, a Geografia Humana centra seu foco na relação do mundo interior com o mundo exterior do ser humano, tais como a percepção, as atitudes e a valoração do meio geográfico. Neste sentido, foram analisados diferentes exemplos de aplicações dos SIG diante de uma série de problemáticas territoriais cujos propósitos, estratégias de investigação e conhecimento obtidos se agrupam dentro do reforço do paradigma quantitativo e também na construção de modelos qualitativos, mapas mentais, participativos e colaborativos, dentro do Paradigma Humanista. Estas aplicações mostraram, em geral, opções de soluções aplicadas, com base no desenvolvimento tecnológico e na Geografia atual, como disciplina central. Embora os Sistemas de Informação Geográfica, isoladamente, não sejam considerados como parte da Ciência da Informação Geográfica (Capel, 2005), o desenvolvimento recente (e crescente) das Tecnologias da Informação Geográfica indica que sim, está acontecendo uma mudança paradigmática, que levará, mediante o estabelecimento de fundamentos teóricos, conceituais e ontológicos profundos, à consolidação da Ciência da Informação Geográfica. O desenvolvimento deste processo beneficiará incontestavelmente, todas as expressões do conhecimento geográfico, independentemente de ter ênfase maior nos aspectos físicos ou humanos.
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