A afinação “pelas três” da viola fandangueira de Morretes no estado do Paraná
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-7117.rt.2016.120527Palavras-chave:
Viola fandangueira, Afinação “Pelas Três”, Autoaprendizagem.Resumo
O presente artigo trata de um estudo sobre o fandango do município de Morretes, no Estado do Paraná (PR), tendo como marco teórico da pesquisa a obra A arte de pontear viola (2002), do Professor Doutor Roberto Nunes Corrêa. A esta pesquisa soma-se um estudo descritivo do processo de autoaprendizagem, desenvolvido pelo próprio pesquisador, a respeito da afinação “pelas três” da viola fandangueira do povo do Nhundiaquara. O fandango de Morretes se diferencia dos demais fandangos caiçaras por constituir formas de improviso, afinação das violas e formas diferentes de bater o tamanco na dança tradicional da cultura. Foram encontradas informações divergentes descritas na literatura de referências históricas e respeitadas, como o Professor Roberto Corrêa, autoridade que trouxe para o cenário brasileiro o registro das afinações da viola fandangueira. A principal ocorrência da contradição que será apontada ao longo do texto, é a forma com que o autor relata em seu livro (pág. 38) a afinação utilizada pelo violeiro Waldemar Cordeiro, sendo que a afinação apresentada como a “pelas três” no livro do autor é a afinação “pelo meio”, tradicional afinação conhecida na Ilha dos Valadares, Paranaguá (PR). As informações que contrapõe os relatos do autor são oriundas do Dossiê de Registro do Fandango Caiçara: Expressões de um Sistema Cultural, publicado, em dezembro de 2011, pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O presente artigo tem como intenção registrar, com respeito às obras anteriormente publicadas, a afinação chamada “pelas três” de maior incidência no fandango morretense, corrigindo um equívoco na importante literatura apresentada, a fim de cooperar com o reconhecimento cultural e disseminação do conhecimento tradicional do fandango caiçara brasileiro. Por fim, aponta-se para necessidade de pesquisas futuras no sentido de entender quais são as técnicas de execução que diferenciam a viola no sistema “pelas três” dos demais.
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