O "Ensaio sobre a Música Brasileira": Estudo dos Matizes Ideológicos do Vocabulário Social e Técnico-Estético (Mário de Andrade, 1928)
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v6i1/2.59121Resumo
No Ensaio sobre a música brasileira, Mário de Andrade, em 1928, utilizou um vocabulário técnico-estético e ideologicamente marcado por uma determinada interpretação da História do Brasil. Naquela obra, Mário realizou um estudo amplo e genérico sobre possíveis relações entre as músicas popular e erudita, almejando envolver emotivamente o jovem artista (compositor ou intérprete) no seu projeto em prol da nacionalização da música erudita brasileira. Para Mário, a Nação brasileira era considerada atrasada, sob os pontos de vista: econômico, social, político, cultural e filosófico. Apesar de criticar o atraso, a falta de tradição cultural e a "ignorância" estética da burguesia da Belle Époque, Mário assumiu no Ensaio, em alguns de seus trechos, uma visão "otimista" em face do futuro, exaltando o "progresso" como algo natural e inconscientemente internalizado no homem, capaz de voltar-se para as suas "raízes", contribuindo para a "libertação" do Brasil em face do seu passado musical visto como "decadente", em especial durante o período de 1889 a 1918. Mário esboçou no Ensaio uma pregação missionário-doutrinária, visando despertar nos artistas uma tomada de consciência de seus "erros", tais como: exotismo; individualismo exacerbado; mimetismo; apologia do tradicionalismo musical europeu.
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Copyright (c) 1995 Arnaldo Daraya Contier
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