Políticas Públicas sobre Drogas e População de Rua: humanização ou coisificação dos sujeitos?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v2p267-287Resumen
Nos últimos anos, o consumo de substâncias psicoativas e os casos de dependência química ganharam evidência nacional, repercutindo no campo político, social e sanitário. No cotidiano, o tema se propagou, tornando-se matéria jornalística e aparecendo de forma recorrente nos noticiários. As estatísticas oficiais estão defasadas, mascarando, portanto, a real situação das drogas no país. No entanto, verifica-se nas regiões centrais das grandes cidades um aglomerado de pessoas que vivem de forma desumana, em estado precário e vulnerável. Em decorrência dessa realidade inegável, políticas públicas e programas governamentais, baseados em diferentes correntes teóricas e metodológicas, foram desenvolvidos para atender a população devastada pelo uso abusivo de substâncias psicotrópicas. O presente trabalho analisa dois equipamentos de saúde implantados no Estado de São Paulo (Moradia Assistida e Consultório de Rua), que oferecem atendimento às pessoas em situação de rua com histórico de dependência química. Mediante a observação dos serviços e a realização de entrevistas com os coordenadores, procurou-se compreender as formas de funcionamento organizacional, as propostas de intervenção, o cotidiano dos equipamentos, o tratamento oferecido, os discursos institucionais e a visão da instituição acerca dos usuários e da funcionalidade social das drogas.
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