O cão e a roleta: Kynismus, Zynismus e carnavalização em "Um jogador", de Dostoiévski
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.2021.181001Palavras-chave:
Filosofia Cínica, Carnavalização, Fiódor DostoiévskiResumo
A partir das ideias propostas por Bakhtin a respeito da carnavalização, busca-se uma breve análise do romance Um jogador, publicado por Dostoiévski em 1867. Levando-se em conta a força que o cinismo possui nas origens da literatura carnavalizada, mais especificamente aquela de Luciano de Samósata, analisa-se o narrador e protagonista do romance, o preceptor Aleksiéi Ivânovitch, a partir de tal tradição filosófica. Para isso, recorre-se não apenas a autores da antiguidade, como o próprio Luciano, mas, também, a representantes da filosofia contemporânea que se aventuraram em reflexões a respeito de Diógenes e demais cínicos: o francês Michel Foucault e o alemão Peter Sloterdijk. É a partir das ideias deste último que se propõe a leitura de Aleksiéi como a encarnação da dialética cínica-kynike que caracterizaria a modernidade.
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