Uma incursão pelo lado “não-respeitável” da pesquisa de campo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/

Palavras-chave:

Trabalho de campo, Conhecimento e relações de poder, Saber-Verdade, Entrevistas, Pesquisa qualitativa

Resumo

Este artigo foi originalmente publicado em 1981. Ele discute questões éticas e metodológicas envolvidas no trabalho de campo com pessoas da mesma sociedade da antropóloga, mas de grupos subalternos, indagando: o que legitima os métodos científicos de investigação da vida dos outros, fazendo com que pareçam aceitáveis, ao invés de questionáveis? O estudo baseia-se na análise de Foucault sobre regimes de saber-poder nas ciências sociais, para entender o que molda diferentes metodologias de pesquisa e as práticas da autora. Considera que a pesquisa de campo é estruturada no contexto de um regime de produção de conhecimento científico que legitima relações de poder nas quais um pede para saber tudo e o outro se sente obrigado a dizer a verdade que, no entanto, só quem pergunta será capaz de revelar. O artigo argumenta que o que é apresentado como verdade ou em entrevistas ou no texto da análise é produto de uma certa relação, marcada por diferenças de poder e desigualdade social. Além disso, sugere que a relação de trabalho de campo é produtiva: o que é dito não existia antes para ser revelado, mas foi construído nessa relação desigual. Assim, a interpretação de dados de campo sempre tem que considerar as condições de sua produção.

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Publicado

2024-05-10

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Caldeira, T. P. do R. (2024). Uma incursão pelo lado “não-respeitável” da pesquisa de campo. Saúde E Sociedade, 32(4), e230423pt. https://doi.org/10.1590/