Cenas em jogo: a exacerbação da ambiguidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2016.118151Palavras-chave:
Jogo de cena, unheimlich, fenomenologiaResumo
O filme Jogo de cena (2007) habita a linha tênue entre ficção e não ficção e inaugura novas possibilidades contidas na linguagem documentário. Assim, o filme propõe uma discussão sobre a sua própria linguagem. Este artigo apresenta uma leitura de Jogo de cena e discute a oposição entre documentário e ficção, atentando-se para a presença do unheimlich descrito por Freud (1919/2010) e traduzido como aquilo que é estranho, não familiar, inquietante. Ainda reflete, a partir do documentário, a qualidade dos vínculos banalizados que estabelecemos na contemporaneidade – o trânsito banalizado do real ao artifício. Jogo de cena inverte esse trânsito, de modo a convocar o espectador a se implicar nas relações que estabelece. Desse modo, se podemos considerar toda ficção é um documentário, analogamente, todo documentário é uma ficção, pois as possibilidades de apreensão do real são um mistério.
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Links
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