Apresentação
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2001.65530Palavras-chave:
Editorial, apresentação, audiovisual.Resumo
Neste número da revista Significação, reúnem-se 9 trabalhos que, de diferentes pontos de vista, abordam questões de atualidade nos campos de pintura, das imagens estáticas e em movimento, da enunciação fílmica, da retórica em textos fotográficos, dos aspectos visuais das mídias, das mensagens publicitárias, dos processos de saturação estética e do papel que podem desempenhar as linguagens não-verbais em práticas interpretativas. Pode-se dizer, portanto, que, dada essa heterogeneidade temática e teórica, a revista preserva a sua tradição de fazer com que os fenômenos artísticos e comunicacionais dialoguem entre si e possibilitem que certos aspectos das ciências da linguagem se integrem para criar territórios, no caso, de intertextualidade. Assim, o artigo de Eduardo Peñuela Cañizal pode muito, em virtude dos problemas de enunciação das imagens mestiças de que trata, estabelecer vínculos com os problemas analisados por Geraldo Carlos do Nascimento em seu estudo do filme Carlota Joaquina, de Carla Camurati. Por outro lado, a leitura proposta por Tieko Yamguchi Miyazaki pode muito bem ser relacionada com certos particularidades que Kati Eliana Caetano destaca em sua análise de mensagens publicitárias, principalmente naquilo que concerne à metodologia semiótica enquanto instrumento utilizado para definir, de modo sistemático, objetos de estudo.
Por outro lado, o texto de Eugênio Trivinho, que possui todas as características de um ensaio, discute, com amparo em princípios da Escola de Frankfurt, a condição da arte num contexto social-histórico que apresenta, a partir da segunda metade do século XX, um excesso de produção técnoestética como um de seus traços mais caracterizadores. Situado em outra perspectiva, o artigo de Armando Edson Garcia resulta de uma tentativa de identificar o chamado "dito" originário para, com isso, procurar entender algumas das reflexões de Mélanie Klein a respeito do corpo imaginado. Já os trabalhos de Rosana de Lima Soares e Maria Letícia Rauen Vianna colocam em pauta problemas muito distanciados entre si. O primeiro, imbricando matizes da teoria lacaniana no conceito de moldura da retórica contemporânea de tradição semiótica, centra seu interesse na "telas" fantasmáticas que os processos de emolduração engendram submetendo a significação ao jogo das relações entre espaços interiores e exteriores. Em contrapartida, o segundo, sem se comprometer com o formato de um trabalho acadêmico, procura, com base na desconstrução do texto plástico da capa de um livro, realizar uma reconstrução poética que possa servir como exemplo de leitura montada no poder de comunicação de linguagens não-verbais.
Transitam, pois, pelo nº 16 da Revista, idéias e temas muito diversos. Mas, nesse itinerário há, sem dúvida, vários lugares de encontro e, sobretudo, alguns recantos em que o leitor poderá conviver com certas concepções bastante originais no contexto do pensamento atual sobre comunicação, arte e mídias.
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