De dia Deng Xiaoping, de noite Deng Lijun: música e memória em Plataforma
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2015.96619Palavras-chave:
Cinema Chinês, Música Pop, Intermidialidade, Autoria.Resumo
Este artigo é dedicado à relação intermidiática entre o cinema e a música pop em mandarim no filme Plataforma (Zhantai, 2000) do cineasta chinês Jia Zhang-ke. Um dos principais diretores do cinema mundial contemporâneo, Jia é considerado o maior expoente da Sexta Geração do cinema chinês, também conhecida como a “geração urbana” por seu enfoque na vida e na paisagem das cidades em constante mutação da China atual. As diversas canções que pontuam o filme, que traça um panorama das transformações ocorridas no país durante a década de 1980 a partir da história de uma trupe de artistas itinerantes, são por um lado fragmentos da memória individual e autoral de Jia, transformados em peças importantes no seu empenho de reconstrução de uma memória coletiva através do cinema. Por outro lado, e para além de seu valor memorial, o impacto dessas canções nos anos 1980 e 1990 na China continental está relacionado, em grande medida, ao seu caráter de novidade, tanto por virem do exterior (principalmente de Hong Kong e Taiwan) quanto por empregarem a enunciação na primeira pessoa do singular, algo ausente nas canções revolucionárias chinesas ubíquas até então. Assim, a hipótese a ser explorada é de que a inclusão de canções pop em Plataforma se manifesta como uma marca autoral complexa relacionada à emergência e valorização do indivíduo no panorama das recentes mudanças econômicas e sociais da China continental.
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