Nãotradução: uma poiética tradutória perturbadora
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p5-29Palavras-chave:
Jacques Brault, Nãotradução, Reescrita criativa, Prática tradutória pós-colonialResumo
Este trabalho pretende analisar a nãotradução, termo proposto por Jacques Brault para definir uma de suas estratégias de criação poética. Segundo ele, a nãotradução é uma prática de escrita e não um sistema ou teoria tradutória. Apoiando-nos nos ensaios fundadores da nãotradução de autoria do próprio Brault, procuramos demonstrar que se trata de uma técnica de composição cujo resultado é uma reescrita criativa, nem poema original e nem tradução, mas uma nova intelegibilidade de ambos. Sem se emancipar do poema original e graças a virtuosidade do poeta nãotradutor, a nãotradução faz surgir um terceiro texto estabelecendo uma relação enunciativa tríplice que congrega três vozes: a do poeta do poema original, a do poeta nãotradutor e a que resulta da fusão de ambas.
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