Tradução sonora: perspectivas fonéticas na tradução e o caso Humpty Dumpty
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v41p30-52Schlagwörter:
Tradução sonora, Texto poético, Humpty DumptyAbstract
Este artigo apresenta um breve estudo bibliográfico e um experimento comentado sobre tradução sonora, tema ainda pouco discutido nos Estudos da Tradução no Brasil. A tradução sonora, observada em alguns poemas e músicas, está fortemente embasada na busca pela repetição ou adaptação da acústica do texto-fonte, levando ou não em consideração outros sistemas linguísticos, como o semântico e o léxico. O referencial teórico sobre conceitos, críticas e exemplos que circundam o tema (Catford, 1965; Venuti, 1995; Pishchikov, 2016; Dembeck, 2015; Hilson, 2013; etc.) evidencia o valor literário da tradução sonora que, apesar de não haver um reconhecimento unânime da tradução sonora ser de fato uma tradução, apresenta-se aqui estudos que mostram discussões a partir de um caráter político e cultural que a reconhecem como legítima. O experimento de tradução foi inspirado na tradução sonora da canção inglesa Humpty Dumpty (1797), de Mother Goose, para o francês, por Van Rooten. Essa tradução é bastante polêmica entre os/as pesquisadores/as por ser um caso extremo de tradução sonora, gerando um texto desprovido de significado. A tradução puramente sonora da canção inglesa para o português brasileiro forneceu meios para observar os diversos sistemas acústicos levantados na seção teórica e as limitações das possibilidades da língua-alvo em repetir alguns sons da língua-fonte. A partir deste estudo, defende-se que a tradução sonora coloca em evidência a fonética como elemento identitário da cultura-fonte.
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