O espelho de duas faces: A estrutura aristotélica-hegeliana de A importância de ser prudente de Oscar Wilde

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2595-8127.v25i2p19-31

Palavras-chave:

A importância em ser prudente, Oscar Wilde, Drama, Teatro

Resumo

Durante séculos, o teatro grego clássico foi considerado, por dramaturgos e teóricos afins, a principal influência na construção do texto dramático. Uma de suas principais características, por exemplo, tratou da lei das três unidades. Elaboradas por Aristóteles, as prescrições orientavam que as peças se passassem em um único lugar, em um período de vinte quatro horas e exibisse uma trama contínua, com começo, meio e fim. Contudo, para pensadores tal qual Hegel, o teatro moderno, com suas demandas artísticas correntes, necessitava de novas abordagens. Em seus escritos, o filósofo alemão postulou que o drama moderno deveria exibir celeridade narrativa, uma certa qualidade dinâmica, porém, alinhada aos conflitos internos e externos dos personagens. Este artigo objetiva analisar o modo com o qual Oscar Wilde, na peça A Importância de ser Prudente, equilibrou ambas as visões de Aristóteles e Hegel, engendrando, ao mesmo tempo, um texto moderno com raízes clássicas, bem como uma comédia satirizando os costumes da sociedade inglesa.

Biografia do Autor

  • Manoel Carlos dos Santos Alves, Universidade Federal da Bahia

    Manoel Carlos Alves graduated in English Language and Literature at the Federal University of Bahia (UFBA) in 2020. He received his Master’s in Literature and Culture (PPGLitCult/UFBA) in 2023, with a thesis concerning the transmission of Oscar Wilde’s The Picture of Dorian Gray, its textual construction and alterations, its dissemination and reception. In addition to his work as an academic researcher, Manoel Carlos Alves is a teacher and a novelist and has experience translating literary texts.

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Publicado

2023-12-29

Como Citar

Alves, M. C. dos S. (2023). O espelho de duas faces: A estrutura aristotélica-hegeliana de A importância de ser prudente de Oscar Wilde. ABEI Journal, 25(2), 19-31. https://doi.org/10.11606/issn.2595-8127.v25i2p19-31