O espelho de duas faces: A estrutura aristotélica-hegeliana de A importância de ser prudente de Oscar Wilde
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-8127.v25i2p19-31Palavras-chave:
A importância em ser prudente, Oscar Wilde, Drama, TeatroResumo
Durante séculos, o teatro grego clássico foi considerado, por dramaturgos e teóricos afins, a principal influência na construção do texto dramático. Uma de suas principais características, por exemplo, tratou da lei das três unidades. Elaboradas por Aristóteles, as prescrições orientavam que as peças se passassem em um único lugar, em um período de vinte quatro horas e exibisse uma trama contínua, com começo, meio e fim. Contudo, para pensadores tal qual Hegel, o teatro moderno, com suas demandas artísticas correntes, necessitava de novas abordagens. Em seus escritos, o filósofo alemão postulou que o drama moderno deveria exibir celeridade narrativa, uma certa qualidade dinâmica, porém, alinhada aos conflitos internos e externos dos personagens. Este artigo objetiva analisar o modo com o qual Oscar Wilde, na peça A Importância de ser Prudente, equilibrou ambas as visões de Aristóteles e Hegel, engendrando, ao mesmo tempo, um texto moderno com raízes clássicas, bem como uma comédia satirizando os costumes da sociedade inglesa.
Referências
Ellmann, Richard. Oscar Wilde. Companhia das Letras, 1988, São Paulo.
Hegel, Georg Wilhelm Friedrich. Cursos de Estética IV. EDUSP, 2014, São Paulo.
Jackson, Russell. “The Importance of Being Earnest”. The Cambridge Companion to Oscar Wilde, edited by Peter Raby. Cambridge University Press, 1997, pp. 161-177.
Morais, Flávia Costa. Literatura Vitoriana e Educação Moralizante. Alínea, 2004, São Paulo.
Nicoll, Allardyce. A History of Late Nineteenth Century Drama: 1850–1900. Cambridge University Press, 1946, Cambridge.
Pallottini, Renata. Introdução a dramaturgia. Attica, 1988, São Paulo.
Raby, Peter. “Wilde’s Comedies of Society”. The Cambridge Companion to Oscar Wilde, edited by Peter Raby. Cambridge University Press, 1997, pp. 143-160.
Roche, Mark W. “Hegel‘s theory of comedy in the context of hegelian and modern reflections on comedy”. Revue internationale de philosophie, vol. 2002/3, no. 221, 2022, p. 411-430, DOI https://doi.org/10.3917/rip.221.0411. Accessed in: 20 jun. 2022.
Shakespeare, William. Hamlet. Simon & Schuster, 2012, New York.
Wallace, David. “Bourgeois Tragedy or Sentimental Melodrama?” The Significance of George Lillo’s The London Merchant.” Eighteen-Century Studies, vol. 25, no. 2, 1991, pp. 123-143. JSTOR, https://doi.org/10.2307/2738816. Accessed 20 Aug. 2023.
Wilde, Oscar. A importância de ser prudente: e outras peças. Penguin Classics Companhia das Letras, 2011, São Paulo.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Manoel Carlos Manoel Carlos dos Santos Alves
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.