A acurácia da Escala de Experiência Sexual do Arizona (ASEX) para identificar disfunção sexual em pacientes do espectro da esquizofrenia

Autores

  • Luciana Vargas Alves Nunes Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Psiquiatria
  • Luiz Henrique Junqueira Dieckmann Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Psiquiatria
  • Fernando Sargo Lacaz Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Psiquiatria
  • Rodrigo Bressan Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Psiquiatria
  • Tiemi Matsuo Universidade Estadual de Londrina; Departamento de Estatística
  • Jair de Jesus Mari University of London; King's College; Instituto de Psiquiatria

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-60832009000500002

Palavras-chave:

Esquizofrenia, disfunção sexual, antipsicóticos, ASEX

Resumo

CONTEXTO: A disfunção sexual é frequente entre pacientes com esquizofrenia, sendo relatada como um dos mais incômodos efeitos adversos dos antipsicóticos, e está diretamente relacionada com adesão ao tratamento. OBJETIVOS: a) avaliar a acurácia da Escala de Experiência Sexual do Arizona (ASEX) para identificar a disfunção sexual; b) avaliar a frequência da disfunção sexual em uma amostra de pacientes do espectro da esquizofrenia em tratamento com antipsicóticos; e c) investigar o efeito dos diferentes antipsicóticos na função sexual. MÉTODO: Pacientes ambulatoriais com esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo foram entrevistados por meio de questionários: ASEX e escala Dickson-Glazer (DGSFi) para avaliação do funcionamento sexual, em uma única entrevista. RESULTADOS: Cento e trinta e sete pacientes foram entrevistados. A sensibilidade e a especificidade da ASEX em relação à DGSFi foram: 80,8% (95% IC = 70,0%-88,5%) e 88,1% (95% IC = 76,5%-94,7%), e a taxa de classificação incorreta foi 9,5%. A curva ROC comparando a pontuação da ASEX e da DGSFi revelou valor de 0,93 (IC = 0,879-0,970) com o ponto de corte da ASEX encontrado sendo 14/15. A disfunção sexual foi mais alta entre as mulheres (79,2%) que nos homens (33,3%) (χ2 = 27,41, gl = 1, p < 0,001). CONCLUSÃO: Os pacientes em tratamento com antipsicóticos mostraram alta frequência de queixas sexuais e a ASEX provou ser um instrumento eficaz para identificar disfunção sexual em amostra de pacientes ambulatoriais do espectro da esquizofrenia. As mulheres apresentaram frequência mais alta de disfunção, e desejo sexual e habilidade para alcançar orgasmo foram as áreas mais afetadas. O uso de antipsicóticos, principalmente o uso de combinações, foi associado com piora do funcionamento sexual.

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Publicado

2009-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

A acurácia da Escala de Experiência Sexual do Arizona (ASEX) para identificar disfunção sexual em pacientes do espectro da esquizofrenia . (2009). Archives of Clinical Psychiatry, 36(5), 182-189. https://doi.org/10.1590/S0101-60832009000500002