Rendas de ferro: uma doação pela memória civilizatória brasileira
DOI :
https://doi.org/10.1590/1982-02672021v29e12Mots-clés :
Colar, Ferro de Berlim, São João do Ipanema, Cultura material, Objeto museológicoRésumé
Este artigo é um estudo histórico e historiográfico a partir de objeto museológico, um colar que é exemplar do Ferro de Berlim, tipo europeu em voga na primeira metade do século XIX, e de sua ficha catalográfica. O colar, cuja ficha catalográfica atribui a construção à Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, de São Paulo, foi, supostamente, presente dedicado à Dona Teresa Cristina.
O objeto e sua ficha catalográfica são indícios para a reflexão e o levantamento de hipóteses sobre a doação feita pela memória civilizatória brasileira. Ao longo da pesquisa por referências para a proposição de uma biografia do objeto, surgiram incógnitas e outras possibilidades foram identificadas para a peça, que reiteram a potência da cultura material como documento histórico.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
FONTES IMPRESSAS
Arquivo de São Paulo
Documentos 1.4.192.2 – Livro de registro de contratos de prestação de serviços. Grupo 5F10 – Agricultura, comércio e Obras Públicas, 1822-1896. 05 – Fábrica de São João de Ipanema (1822-1890): caixas C05213 [de 1811 a 1833] a C05217; Livros E0570, E0572, E0573, E04571, E04602, E04606.
Arquivo do Museu Imperial
I – AMI 4.2.890 – Com.c [Carta do Conde d’Algesur tratando da volta ao Brasil da dama da Imperatriz Viscondessa de Fonseca Costa e acusando o recebimento da mala da Imperatriz com tudo que tinha em seu quarto em Petrópolis]. Inventário das Joias – 1887 (Mordomia da Casa Imperial. Registros de Ofícios – XIX – 1886-1888, p. 84 e 88) apud Anuário do Museu Imperial, p. 259-265, 1943.
Santos, Francisco Marques. O leilão do Paço de S. Cristóvão. Anuário do Museu Imperial, v. 1, p. 151-210, 1940.
FONTES MANUSCRITAS
Arquivo do Museu Imperial
I – AMI 4.2.890 – Com.c [Carta do Conde d’Algesur tratando da volta ao Brasil da dama da Imperatriz Viscondessa de Fonseca Costa e acusando o recebimento da mala da Imperatriz com tudo que tinha em seu quarto em Petrópolis].
Trecho do Diário de D. Pedro II. Viagem a São Paulo – 18 a 31/06/1875 [sobre Fábrica de Ferro de São João de Ipanema].
LIVROS, ARTIGOS E TESES
ALMEIDA, Aluísio de. Memória história sobre Sorocaba (VIII). Revista de História, São Paulo, v. 37, n. 76, 1968, p. 355-356.
ARENHÖVEL, Willmuth; SCHREIBER, Christa; VORSTEHER, Dieter. Eisen statt Gold. Preußischer Eisenkunstguß aus dem Schloß Charlottenburg, dem Berlin Museum und anderen Sammlungen. Berlin: Siempelkamp, 1982.
BENNETT, David; MASCETTI, Daniela. Understanding jewellery. Suffolk: Antique Collectors’ Club, 1999.
BOXER, Charles Ralph. A Idade do Ouro do Brasil: dores de crescimento de uma sociedade colonial. Tradução de Nair de Lacerda. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
BURY, Shirley. Jewellery gallery.: summary Catalogue. London: Victoria and Albert Museum, 1982.
CLIFFORD, Anne. Cut-steel and Berlin iron jewellery. Bath: Adams & Dart, 1971.
CURL, James Stevens. Funerals, ephemera, and mourning. In: CURL, James Stevens. The Victorian Celebration of Death. Stroud: Sutton, 2001. p. 194-221.
DARNTON, Robert. O grande massacre dos gatos: e outros episódios da história cultural francesa. Tradução de Sonia Coutinho. Rio de Janeiro: Graal, 1986.
DAWES, Ginny Redington; DAVIDOV, Corinne. Victorian jewelry: unexplored treasures. New York: Abbeville, 1991.
DEAN, Warren. Ouro e diamantes, formigas e gado. In: DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Tradução de Cid Knipel Moreira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 108-133.
EVANS, Joan. A history of jewellery: 1110-1870. New York: Dover, 1989.
FIGUEIREDO, Lucas. Boa ventura! A corrida do ouro no Brasil (1697-1810). Rio de Janeiro: Record, 2011.
FRANCO, Afonso Arinos de Melo. Desenvolvimento da civilização material no Brasil. Rio de Janeiro: Topbooks, 2005.
GERE, Charlotte; RUDOE, Judy. Jewellery in the age of Queen Victoria: a mirror to the world. London: British Museum Press, 2010.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEMAS E METAIS PRECIOSOS. Manual Técnico de Gemas. 3. ed. Brasília,DF: IBGM, 2005.
KLIAUGA, Andréa Madeira; FERRANTE, Maurizio. Metalurgia básica para ourives e designers: do metal à joia. São Paulo: Blucher, 2009.
KOPYTOFF, Igor. A biografia cultural das coisas: a mercantilização como processo. In: APPADURAI, Arjun (org.). A vida social das coisas: as mercadorias sob uma perspectiva cultural. Tradução de Agatha Bacelar. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2008. p. 89-121.
LANDGRAF, Fernando. Sobrou “Fer de Berlin” made in Brazil? São Paulo: [S. n.], 2018.
LANDGRAF, Fernando; ARAÚJO, Paulo Eduardo Martins. A arquitetura do alto-forno e a biblioteca perdida de Ipanema: técnica e conhecimento no Brasil Joanino. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 14., 2014. Anais [...]. Belo Horizonte: UFMG, 2014.
LANDGRAF, Fernando; TSHIPTSCHIN, André ; GOLDSTEIN, Hélio. Notas sobre a História da Metalurgia no Brasil (1500-1850). In: VARGAS, Milton (org.). História da técnica e da tecnologia no Brasil. São Paulo: Editora Unesp, 1994. p. 107-129.
LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designers. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006.
LOBO, Rodrigo. Fábrica de Ferro de São João do Ipanema. MAPA – Memória da Administração Pública Brasileira, Brasília (DF), 10 nov. 2016. Disponível em: https://bit.ly/3adKWdE. Acesso em: 11 fev. 2021.
MONTEIRO, Bertholdo de Castro. Pedras brasileiras. Rio de Janeiro: Reler, 2004.
MORLEY, John. Death, heaven and the victorians. London: Studio Vista, 1971.
MÜLLER, Elisa; OLIVEIRA, Geraldo de Beauclair Mendes. Reflexões sobre a história da fábrica de ferro São João do Ypanema. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 18., 1990, Brasília.
Anais [...]. Brasília, DF: ANPEC, 1990. p. 1247-1262.
PHILLIPS, Clare. Jewels and jewellery. London: Victoria and Albert Publications, 2000.
PHILLIPS, Clare. Jewels from antiquity to the present. London: Thames & Hudson, 2006.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo: colônia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
SANTINI, Valesca Henzel; BARBURY, Heloisa. Fontes para o estudo da joalheria do século XIX: as exposições universais. Ensinarmode, Florianópolis, v. 3, n. 3, p. 54-67, 2020.
SANTOS, Irina Aragão. Celtas e romanos: interações culturais através dos adornos pessoais. 2006. Monografia (Graduação em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
SANTOS, Irina Aragão. Joias de afeto: um catálogo de referências. 2009. Dissertação (Mestrado em História Comparada) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
SANTOS, Irina Aragão. Tramas de afeto e saudade: em busca de uma biografia dos objetos e práticas vitorianos no Brasil oitocentista. 2014. Tese (Doutorado em História Comparada) – Instituto de História, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
SANTOS, Nilton Pereira. A fábrica de ferro São João de Ipanema: economia e política nas últimas décadas do Segundo Reinado (1860-1889). 2009. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
SCHMITT, Juliana. Mortes vitorianas: corpos, luto e vestuário. São Paulo: Alameda, 2010.
SCHUMANN, Walter. Gemas do mundo. Tradução de Rui Ribeiro de Franco e Mario Del Rey. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1990.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca dos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
TAYLOR, Lou. Mourning dress: a costume and social history. London: George Allen & Unwin, 1983.
UNTRACHT, Oppi. Jewelry concepts and technology. New York: Doubleday, 1985.
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
VARNHAGEN, Francisco Adolfo. História geral do Brasil: antes da sua separação e independência de Portugal. Rio de Janeiro: E. & H. Laemmert, 1857. t. 2.
VERNE, Júlio. Da Terra à Lua: viagem em 97 horas e 20 minutos. Tradução de Gustavo de Azambuja Feix. Porto Alegre: L&PM, 2018.
SITES
STDIBS. Jewelry & Watches. New York, [20–]. Disponível em: <https://bit.ly/2OsHymt>. Acesso em: 19 fev. 2019.
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Floresta Nacional de Ipanema. Brasília, 17 out. 2012. Disponível em: <https://bit.ly/2OBogf3>. Acesso em: 6 dez. 2018.
ART OF MOURNING. Textiles Tuesday: 19th century, part 2. Brighton, [20–]. Disponível em: <https://bit.ly/3d6sTYq>. Acesso em: 3 nov. 2013.
VICTORIA AND ALBERT MUSEUM. Bracelet: Geiss, Johann Conrad. London, 15 jun. 2012. Disponível em: <https://bit.ly/3pfG4ZE>. Acesso em: 17 fev. 2019.
VICTORIA AND ALBERT MUSEUM. Fan: Schott, Edward. London, 10 ago. 2005. Disponível em: <https://bit.ly/3aWFj2E>. Acesso em: 17 fev. 2019.
VICTORIA AND ALBERT MUSEUM. From the collections. London, 3 jun. 2010. Disponível em: <https://bit.ly/3b4af0Z>. Acesso em: 21 fev. 2019.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Irina Aragão dos Santos 2021
Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).