Fronteira/Fonte/Foz: restauro da arte contemporânea no espaço público
DOI:
https://doi.org/10.1590/1982-02672022v30e35Palavras-chave:
Preservação, Restauro, Arte contemporânea, Carmela Gross, LagunaResumo
Fronteira/Fonte/Foz, de 2001, é uma obra da artista Carmela Gross localizada em Laguna, Santa Catarina, cidade que tem um núcleo histórico tombado na esfera federal, e que
passou por reforma em 2019. Embora não exista um elemento escultórico, a obra se destaca
na paisagem pelo vazio que cria: é o chão. Pensar no chão como elemento base e relevante na produção artística-urbanística nos leva também a pensar nos fundamentos teóricos necessários para uma correta abordagem dos problemas inerentes ao restauro, seja da arte, da arquitetura ou mesmo em escala urbana. O artigo busca refletir sobre a preservação dessa obra, e como pode colaborar para pensar outros elementos da paisagem em que se insere e conforma. O restauro, por definição, tem início com o reconhecimento que se faz de determinada obra. O percurso da análise é composto, primeiro, por uma introdução a Fronteira/Fonte/Foz. Em segundo lugar, faz-se a retomada de duas exposições da artista, que nos informam sobre aspectos relevantes para pensar sua preservação. Em terceiro, analisa-se os motivos que levaram às obras de restauro da praça em 2019 e a discussão sobre as intervenções realizadas naquele espaço. Finalmente, o artigo chama atenção para que essas questões sejam debatidas em campo próprio, cujo nome é “restauro”, independente do grau de intervenção, sinalizando alternativas para uma abordagem projetual mais responsável. O texto é construído a partir de fontes bibliográficas, documentais e da interlocução direta com envolvidos, além de visitas à referida obra.
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