Do monumento à ruína: Santo Antônio como um bairro-jardim no Recife
DOI:
https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e37Palavras-chave:
Bairro-jardim, História urbana, Espaço públicoResumo
O bairro de Santo Antônio, localizado na ilha de Antônio Vaz, reúne uma história ilustrada pela monumentalidade na arquitetura e na arte dos jardins, entre o colonial e o moderno, compondo com a paisagem das águas. Dos atributos naturais nasceram jardins e ruas arborizadas distribuídos por entre as edificações institucionais e religiosas, na sua maioria, dando-lhe especial destaque. Entre os séculos XVIII e XX sofreu transformações urbanas que provocaram alterações de grande magnitude na sua configuração e na sua dinâmica. Ainda hoje, apesar de ser um sítio histórico, constata-se um processo gradual de deterioração resultante da decadência de usos que implicam o abandono das edificações e dos espaços públicos, fazendo-o perecer do monumento à ruína. A título de registro de uma época de glória, este artigo objetiva demonstrar, por meio da história urbana, em que medida as diversas camadas históricas desse palimpsesto, enraizadas de cultura popular, aliadas aos significativos espaços ajardinados caracterizaram
Santo Antônio como um bairro-jardim.
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