Por uma própria independência: assentos e moradas do Ipiranga aos Jafet
DOI:
https://doi.org/10.11606/1982-02672024v32e38Palavras-chave:
Ipiranga, Jafet, História de São Paulo, Palacete paulistano, Centenário da Independência, IdentidadesResumo
O presente artigo procura compreender a construção da relação representativa entre os Jafet e o Ipiranga. Como ponto de partida, procuramos entender como o lugar de memória do Ipiranga e as comemorações do Primeiro Centenário da Independência foram elencados por aquela família de imigrantes levantinos, entre as possibilidades de inserção social, representação de dignidades e superação de desconfianças. Estratégias engendradas para se colocar “ao lado” das elites políticas locais, por meio de seus símbolos nacionais na cidade, tendo em vista sua presença como industriais no bairro. Observa-se, também, como essa representação foi pautada por ideais de progresso material e honras próprias de uma ética do trabalho, que pudessem simbolizar os sócios da Nami Jafet & Irmãos. Discorre-se sobre um processo contínuo de reinvenção de identidades, pelo qual os Jafet buscaram ser reconhecidos por meio de feitos para com um singular Ipiranga, como um “antes e depois”, portanto, em símbolos próprios. Por fim, analisamos o processo de construção dos Palacetes dos Jafet no bairro, por meio de uma vizinhança coerente e não cindida, entre o Edifício-Monumento e a Fábrica. Da mesma forma, oferecem-se compreensões sobre a historicidade desses palacetes – em seus contextos e momentos de produção – diante das próprias tensões, dos rearranjos políticos e das identidades públicas dos Jafet no Brasil.
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