Como acabou o neoconcretismo?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2022.200329Palavras-chave:
Hélio Oiticica, Neoconcretismo, Arte brasileira, Materialismo históricoResumo
Neste artigo, Nicholas Brown analisa a trajetória de Hélio Oiticica desde seus trabalhos da década de 1950, alinhados às pesquisas da vanguarda neoconcreta, até sua obra dos anos 1970, demonstrando como o componente da experiência, tematizado na produção tardia de Oiticica, encontra-se implícito à objetividade do seu trabalho inicial, numa espécie de mobilização permanente da dialética entre ideia e o suporte literal existente no espaço. Examina, ainda, a configuração específica que a correlação entre história política e cadeia histórico-artística adquire no Neoconcretismo. Finalmente, a partir da contradição produtiva entre substrato concreto e superfície significante na obra de Oiticica, Brown sinaliza como a dinâmica entre história intelectual e sociopolítica se apresenta ao final da trajetória do artista como reivestimento do objeto de arte a contrapelo da lógica da mercadoria.
Downloads
Referências
BOURRIAUD, Nicolas. Relational Aesthetics / Translated by Simon Pleasance and Fronza Woods. Dijon: Les presses du réel, 2002.
BOURRIAUD, Nicolas. Esthétique relationnelle. Dijon: Les presses du reel, 2001.
FRIED, Michael. Art and Objecthood. In BATTCOCK, Gregory. Minimal Art: A Critical Anthology. Los Angeles: California Press, 1995, pp. 116-147.
GULLAR, Ferreira. Diálogo sobre o não-objeto. In Antologia Crítica: Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2015a.
GULLAR, Ferreira. Manifesto Neo-concreto. In Antologia Crítica: Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2015b.
GULLAR, Ferreira. Teoria do não-objeto. In Antologia Crítica: Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2015c.
JIMÉNEZ, Ariel. Ferreira Gullar in Conversation with / en conversación con Ariel Jiménez. New York: Fundación Cisneros, 2012.
MARTINS, Carlos Estevam. Anteprojeto do Manifesto do Centro Popular de Cultura. In HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Impressões de viagem: CPC, vanguarda e desbunde, 1960/1970. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2004, pp. 135-168.
OITICICA, Hélio. A dança na minha experiência [1965]. In Aspiro ao grande labirinto / seleção de textos Luciano Figueiredo, Lygia Pape, Waly Salomão. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1986a, pp. 72-76.
OITICICA, Hélio. A OBRA, SEU CARÁTER OBJETAL, O COMPORTAMENTO [1968]. In Aspiro ao grande labirinto / seleção de textos Luciano Figueiredo, Lygia Pape, Waly Salomão. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1986b, pp. 118-120.
OITICICA, Hélio. Bases fundamentais para uma definição do “Parangolé” [1964]. In Aspiro ao grande labirinto / seleção de textos Luciano Figueiredo, Lygia Pape, Waly Salomão. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1986c, pp. 65-69.
OITICICA, Hélio. Bólides [1963]. In Aspiro ao grande labirinto / seleção de textos Luciano Figueiredo, Lygia Pape, Waly Salomão. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1986d, pp. 63-65.
OITICICA, Hélio. Posição e programa [1966]. In Aspiro ao grande labirinto / seleção de textos Luciano Figueiredo, Lygia Pape, Waly Salomão. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1986e, pp. 77-83.
OITICICA, Hélio. Suporte [1962]. In Aspiro ao grande labirinto / seleção de textos Luciano Figueiredo, Lygia Pape, Waly Salomão. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1986f, p. 38.
PAPE, Lygia. Fala, Hélio, Revista de Cultura Vozes, Rio de Janeiro, n. 5, jun./jul. 1978, pp. 43-50.
SCHWARZ, Roberto. O pai de família e outros estudos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
SMALL, Irene V. Hélio Oiticica: Folding the Frame. Chicago: University of Chicago Press, 2016.
TOLEDO, Caio Navarro de. 1964: Visões críticas do golpe. Campinas, Brasil: Editora Unicamp, 1997.
WALL, Jeff. Marks of Indifference: Aspects of Photography in, or as, Conceptual Art. In GOLDSTEIN, Ann; RORIMER, Anne (ed.). Reconsidering the Object of Art, 1965-1975. Cambridge, Massachusetts: MIT, 1995, pp. 247-267.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Nicholas Brown
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
É responsabilidade dos autores a obtenção da permissão por escrito para usar em seus artigos materiais protegidos por lei de Direitos Autorais. A revista Ars não é responsável por quebras de Direitos Autorais feitas por seus colaboradores.
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob Licença Creative Commons do tipo CC-BY.
Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, inclusive para fins comerciais, conquanto deem os devidos créditos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
O licenciado se compromete a oferecer os créditos apropriados, o link para acesso à licença e a informar caso qualquer alteração no material original tenha sido feita.
Conquanto respeitados os termos da licença, não é permitida ao licenciador/autor a revogação dessas condições.
Após a publicação dos artigos, os autores permanecem com os direitos autorais e de republicação do texto, sendo permitida sua publicação posterior exclusivamente em livros inéditos e coletâneas.