TO BE WITH, TO COMPOSE: responsibilities in the performer-spectator encounter
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v4i1p14-20Keywords:
Composition, Performance, Real TimeAbstract
This paper proposes that, in scenic construction performance, performer and spectator share responsibilities. This thinking emerges through reflections on the notions of performance, performativity, theater and theatricality in connection with the Modo Operativo AND proposed by the artist João Fiadeiro and the anthropologist Fernanda Eugénio.
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O Método AND emerge do encontro entre o método de Composição em Tempo Real desenvolvido pelo coreógrafo João Fiadeiro e a etnografia aplicada à performance situada desenvolvida pela antropóloga Fernanda Eugénio. Este método afirma-se enquanto campo de experiência e de estudo privilegiado daquilo que entendemos por “com-posição”: posicionamento recíproco, com o outro (EUGÉNIO e FIADEIRO, 2013).
“chegar a representação e (não a partir dela)” (EUGÉNIO e FIADEIRO, 2012, p.12).
Desenha-se a certeza da existência como cisão, não como relação. Cisão entre sujeito e objecto, mas também entre verdade e ficção, forma e conteúdo razão e emoção, pensamento e acção, corpo e mente, cientista e artista, artista e espectador, mestre e aprendiz, etc. (EUGÉNIO e FIADEIRO, 2012, p.3).
Os neurônios espelhos, descobertos pelo neurofisiologista italiano Giacomo Rizzolatti na década de 90, permitem com que o corpo humano capte a mente dos outros não por meio do raciocínio conceitual, mas pela simulação direta, ou como afirma o próprio cientista: sentindo e não pensando (BLAKESLEE, 2006).
Seres humanos usam os neurônios-espelho para imitar diretamente as ações e para compreender seus significados. Tais células, pelo que os estudos têm apontado, são responsáveis pelo aprendizado de quase tudo, de uma simples maneira de olhar até o mais complexo passo de dança. Aprender, apreciar e perceber são apenas algumas, dentre inúmeras ações presentes no nível neural pré-motor, no qual se configura a área encefálica responsável pela construção neural (representação motora) dos movimentos que observamos serem executados por terceiros (MOURA, 2007, p.70).
“motricidade, o sistema-espelho tenta comparar uma ação motora do próprio indivíduo com a representação visual ou imaginária dessa mesma ação” (LENT, 2007)
O espectador, longe de buscar um sentido para a imagem, deixa-se levar pela performatividade em ação. Ele performa (FÉRAL, 2011).
“Não há espectadores; não há artistas, somos todos (quer assumamos a responsabilidade ou não) artesãos do nosso próprio convívio” (EUGÉNIO e FIADEIRO, 2012, p.7).
O corpo performativo é um corpo em estado de “definição” contínua – vai realizar definições provisórias e problematizadas em espaços de distúrbio. (...) Em vez de produzir um traço próprio – identificado por técnicas sistematizadas, como na modernidade – vai produzir inúmeros traços e reconfigurá-los logo adiante (SETENTA, 2008, p.85).
Na performatividade a repetição é entendida como alteridade, numa relação ato e identidade. Repetição como iteração, reformulação e citação (SETENTA, 2008).
O “falar performativo entrelaça identidades individuais e coletivas que vão tecer a performatividade e a singularidade das falas de dança contemporânea” (SETENTA, 2008, p.100)
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