Darcilla e Sandra, artesãs de “horizontes sem tamanhos”
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v35i1p187-212Palavras-chave:
história oral, mulheres, migrantes, transformação socialResumo
A indagação através da memória e da história oral pode atualizar o passado, revelar tempos, espaços, e experiências de pessoas socialmente marginalizadas, invisibilizadas. O objetivo deste trabalho é apresentar trajetórias da Ir. Darcilla e da Ir. Sandra, com ênfase na história da primeira, e apontar como suas ações individuais e coletivas contribuíram para a transformação do sentido da história para pessoas e grupos sociais, especialmente mulheres, flageladas pela negação de direitos. A metodologia da pesquisa baseia-se na história oral. Ir. Sandra atuou junto a esposas, irmãs e filhas de trabalhadores migrantes do Vale do Jequitinhonha-MG; Ir. Darcilla, com famílias de trabalhadores rurais sem-terra e imigrantes, no Norte e Nordeste do Brasil. Os resultados indicam que, apesar do caráter patriarcal de instituições que (re)produzem a discriminação e violência de gênero, etnia/raça e classe, ambas contribuíram para a construção de brechas e horizontes possíveis de geração de trabalho remunerado, formação de lideranças, e, sobretudo, de recuperação da autoestima por pessoas que saíram da condição de subalternos e sem história, para a de protagonistas. Consideramos que o acionamento da memória, a partir do presente, permite (re)visitar o passado, buscar a gênese da realidade atual, interpretá-la e informar possibilidades para o futuro, recolocando no centro da história os sujeitos dela alijados.
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