Aves sin nido, de Clorinda Matto de Turner: um romance peruano nos limiares da tradução cultural
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2359-5388.v0i21p88-100Resumen
Neste artigo, o objetivo é tratar do romance Aves sin nido (1889) da autora peruana Clorinda Matto de Turner e de sua primeira tradução para a língua portuguesa do Brasil, ainda inédita. Abordo, seguindo a teoria de Genette ([1987] 2009), especificamente, elementos paratextuais presentes no romance. A localização de alguns peritextos na obra, nos quais são traduzidos termos e expressões da cultura quéchua e da região serrana peruana para a língua castelhana, são indícios de que a autora procurava construir um caminho de leitura para seu público. Ainda que se possa questionar a eficácia no romance em questão, tal procedimento representou, sem dúvida, uma etapa importante dentro da história da literatura peruana. Anos mais tarde, a proposta foi repensada e recriada por José María Arguedas ao longo de sua trajetória literária e denominada por Sales (2002) como “tradução cultural”.