Uma Crítica à Noção de Educação Estética Iluminista: Os argumentos feministas de Hélène Cixous e Virginia Woolf como Suplemento no Debate da Bildung.

Autores

  • Mariana Muniz Pivanti Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i38p%25p

Resumo

Neste artigo, tomamos a noção de suplemento do filósofo Jacques Derrida para demonstrar como a escrita das autoras Virginia Woolf e Hélène Cixous aponta para a ausência de argumentos e críticas feministas no debate sobre a autoformação do indivíduo moderno e iluminista constituído pelo que se convencionou chamar como Bildung. Traçaremos a importância de uma educação estética para a construção da identidade nacional, como postulado por Friedrich Schiller, para então, contrapor a defesa do indivíduo racional, educado, patriota e moderno como o modelo ideal para a construção de uma ideia de nação através das críticas do filósofo pós-estruturalista Jean-François Lyotard e seu conceito de metarrelatos. Finalmente, recorreremos aos escritos de Virginia Woolf e Hélène Cixous, além de relacioná-las com as ideias da filósofa contemporânea Gayatri Spivak, para investigar como tais autoras fazem uso também da ficção e agem como suplemento à crítica aos metarrelatos de Lyotard ao indicar que o sujeito ideal da modernidade e da Bildung iluminista pressupõe a subjugação do feminino e se constitui como necessariamente masculino.

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Referências

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Publicado

2024-06-14

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Pivanti, M. M. (2024). Uma Crítica à Noção de Educação Estética Iluminista: Os argumentos feministas de Hélène Cixous e Virginia Woolf como Suplemento no Debate da Bildung. Revista Criação & Crítica, 38, 44-59. https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i38p%p