“Autora de Seus Dias”: a Mobilização Crítica de Maria Firmina dos Reis no Romantismo Brasileiro
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i38p%25pMots-clés :
Maria Firmina dos Reis, História da Historiografia Brasileira, Romantismo, Literatura e SociedadeRésumé
Este artigo teve como foco investigativo analisar como a escritora e professora maranhense Maria Firmina dos Reis (1825-1917) construiu seu ethos autoral e se auto inseriu no Romantismo brasileiro. Por meio da análise de sua historicidade e leitura de seus textos, podemos afirmar que a autora correspondia à estética e ao discurso românticos. Contudo, devido aos mecanismos racistas e sexistas de seleção dos cânones historiográfico e literário, pouco figurou nas produções da historiografia e literatura brasileiras, o que nos impediu, por um longo tempo, o acesso ao seu importante olhar sobre a história do Brasil, oferecido pelo texto literário. Com isso, nosso objetivo foi demonstrar, através da mobilização política de Maria Firmina dos Reis dentro da literatura romântica brasileira, com recorte no romance Úrsula (1859) e no conto A escrava (1887), como a criação literária abarca o viés crítico da escritora, sendo, portanto, uma contribuição epistêmica para os estudos literários e a trajetória da historiografia brasileira.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
ADLER, Dilercy Aragão. Maria Firmina Dos Reis: Consolidando a ressignificação de uma precursora. Estudos Linguísticos e Literários. Salvador, n. 59, p.217-222, 2018.
ALONSO, ngela. Ideias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil-Império. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
ASSUNÇÃO Marcello Felisberto Morais de; MIRANDA, Fernanda Rodrigues de. “Indisciplinando o cânone: pensamento afrodiaspórico e a colonialidade no campo historiográfico e literário.” In: ASSUNÇÃO Marcello Felisberto Morais de; MIRANDA, Fernanda Rodrigues de. Pensamento afrodiaspórico em perspectiva: abordagens no campo da História e Literatura - Volume 1: História., Porto Alegre: Editora Fi, 2021.
BLAKE, Augusto Vitorino. Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. vol.6. 1900.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Editora Cultrix, 1993.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In.: CANDIDO, Antonio. Vários Escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011 [1988].
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, 1750-1880. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: FAPESP, 2017.
CARNEIRO, Aparecida Sueli. A Construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 339F. Doutorado (Tese) - Programa de Pós-Graduação em Educação da USP, São Paulo, 2005.
COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: Literatura e senso comum. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo. 2016.
EVARISTO, Conceição. A Escrevivência e seus subtextos. In: DUARTE, Constância Lima; NUNES; ROSADO, Isabella. Escrevivência: a escrita de nós – Reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo.Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020.
FANON, Frantz. Os condenados da Terra. Juiz de Fora: Editora: UFJF, 2002.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
FAUSTINO (NKOSI), D. “O pênis sem o falo: algumas reflexões sobre homens negros, masculinidades e racismo” In: Feminismos e masculinidades: novos caminhos para enfrentar a violência contra a mulher. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014.
GOMES, Agenor. Maria Firmina dos Reis e o cotidiano da escravidão no Brasil. São Luís: Academia Maranhense de Letras, 2022.
HARDMAN, Francisco Foot. “Antigos modernistas.” In: NOVAES, Adauto. Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
hooks, bell. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. São Paulo: Editora Elefante, 2021.
JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária. São Paulo: Ática, 1994.
MAGALHÃES, Domingos José Gonçalves de. Discurso sobre a História da Literatura do Brasil. Manifesto publicado na Revista Nictheroy. Ministério da cultura. Fundação Biblioteca Nacional. Departamento Nacional do Livro. 1836.Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2080Acesso > em: novembro de 2023.
MENEZES, Raimundo de. Dicionário literário brasileiro. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978 [1969].
MORAIS FILHO, Nascimento. Maria Firmina: fragmentos de uma vida. São Luís: Governo do Estado do Maranhão, 1975.
MOURA, Clovis. Dialética Radical do Brasil Negro. São Paulo: Editora Anita, 1994.
PEREIRA, Mateus. H. F; SANTOS, Pedro A. C. dos. “Mutações do conceito moderno de história? Um estudo sobre a constituição da categoria ‘historiografia brasileira’ a partir de quatro notas de rodapé (1878-1951 )”. In: SILVA, Ana Rosa Cloclet; NICOLAZZI, Fernando; PEREIRA, Mateus. Contribuições à história da historiografia luso-brasileira. São Paulo: Hucitec, 2013.
PINTO, Ana Flávia Magalhães. Fortes laços em linhas rotas: literatos negros, racismo e cidadania na segunda metade do século XIX. 326f. Doutorado (Tese) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, 2014.
RANGEL, Marcelo de Mello. Poesia, história e economia política nos “Suspiros poéticos e saudades” e na revista Niterói: Os primeiros românticos e a civilização do Império do Brasil. 316f. Doutorado (Tese) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de História, 2011.
REIS, Maria Firmina dos. Úrsula. Porto Alegre: Taverna, 2018.
REIS, Maria Firmina dos. “A escrava” In: Úrsula e outras obras. Brasília: Edições Câmara, 2018.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Editora UNICAMP, 2007.
VELLOSO, Mônica Pimenta. “O modernismo e a questão nacional” . In: DELGADO, Lucilia de Almeida Neves; FERREIRA, Jorge. O Brasil republicano o tempo do liberalismo excludente - da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2008.
ZIN, Rafael Balseiro. “O direito à literatura afro-brasileira”. In: VASCONCELOS, Eduardo; FERNANDES Raffaella; AGOSTINHO, Régia. Direito à literatura negra: história, ficção e poesia. Teresina: Cancioneiro, 2022.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les termes suivants :
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, avec le travail sous la Licence Creative Commons Attribution qui permet le partage du travail avec reconnaissance de l'auteur et de la publication initiale dans cette revue scientifique.
- Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour une distribution non exclusive de la version de la contribution publiée dans cette revue (par exemple, publication institutionnelle ou en tant que chapitre de livre), avec reconnaissance de la publication initiale et originale dans cette revue.
- Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier et distribuer leur travail en ligne (par exemple auprès de leurs institutions ou sur leur page personnelle) à tout moment avant ou pendant le processus éditorial, car cela peut générer des échanges académiques productifs, ainsi qu'une croissance de l'impact et de la citation de l'article publié (Voir The Effect of Open Access).