A PROSA TRANSGRESSORA DE THERESA MARGARIDA DA SILVA E ORTA
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v0i17p85-101Palavras-chave:
transgressão, literatura feminina, cânones portuguesesResumo
O fato de Theresa Margarida da Silva e Orta, autora de As Aventuras de Diófanes, não pertencer aos cânones da literatura portuguesa nem da feminina constitui uma problemática que instigou nossa leitura. Criadora de um protorromance inspirado em obras clássicas como Odisséia (de Homero) e Télémaque (de Fénelon), Theresa Margarida é vista aqui como um retratista feminino dos cenários políticos, religiosos, sociais e culturais da época, em um ambiente dominantemente masculino. Como das mulheres letradas só era esperada e permitida a produção poética, a postura da autora portuguesa tem a conotação de transgressora, à luz dos conceitos de Foucault.
The fact that Theresa Margarida was not part of the canons of neither Portuguese nor feminine literature is the main point of our text. Inspired by Homer’s Odyssey and Fénelon’s Télémaque, Theresa Margarida, who created the “protorromance” As Aventuras de Diófanes, is faced by this work as a female portraitist of the political, religious, social, and cultural scenarios of her time, within a dominantly male environment. The Portuguese writer can be considered a transgressor of that time, through the thoughts of Foucault.
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