AGUSTINA BESSA LUÍS E O FEMININO EM “VALE ABRAÃO”: EMA OU A NEGAÇÃO DE UM CENTRO DE MESA PARA ROMÃS
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v0i17p25-50Palavras-chave:
feminino, poder, desejo, identidade, androginiaResumo
Resumo: Este artigo pretende demonstrar a representação do feminino na obra agustiniana Vale Abraão, recorrendo ao estudo da noção de género em diálogo com o sociocultural e o biológico sob a perspetiva da autora. De facto, a obra sublinha criticamente a caraterização estanque do ser mulher e a definição do feminino como o resultado de um protocolo social manifestamente castrador, enquanto infere da linguagem e do dizer como reflexo de poder e afirmação da identidade do eu. O movimento baloiçante da protagonista assume, assim, central significação, na medida em que a faz transcender um destino mudo, anulado, traço passível de uma exegese de princípios andróginos ou queer e, simultaneamente, a lança na estagnação do símbolo tradicionalmente atribuível ao feminino como desapossado de linguagem e poder, portanto, de identidade. Poderá concluir-se, desse modo, a relevância desta obra no que de contributivo acrescenta ao desenvolvimento de um corpus literário afeto aos estudos de género.
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