A “A confissão", de Bernardo Santareno: da diferença como locus de luta política
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v10i20p141-162Palavras-chave:
Bernardo Santareno. A confissão. Identidade. Diferença. Discurso.Resumo
A dramaturgia de Bernardo Santareno (1920-1980) possibilita lidar com personagens singulares que problematizam a noção de identidade como fixa e homogênea. Consequentemente, tem-se um teatro que denuncia a opressão e a discriminação como parte das relações de poder que produzem a identidade e a diferença. Eis o que acontece em A confissão, texto dramático que integra o volume Os marginais e a Revolução (1979). Ao abordar a transexualidade num contexto pós-revolucionário, Santareno nos brinda com Françoise, uma figura que desloca gênero, sexualidade e corpo para os domínios da ambivalência. Como atravessar fronteiras de gênero ou permanecer nelas é sempre um movimento de resistência, vejamos, pois, como sua presença, em A confissão, está atrelada a seu direito de falar, gritar e se defender por meio de um discurso combativo, ainda que a Revolução dos Cravos não tenha contemplado seus direitos e suas lutas.
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