O mecanismo do Fetiche do Igual e os seus desvelamentos no filme Que horas ela volta?, de Anna Muylaert

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2024.38110.016

Palavras-chave:

Fetichismo, Que horas ela volta?, Empregada doméstica, Mercadoria

Resumo

No filme Que horas ela volta?, dirigido por Anna Muylaert, observa-se o estabelecimento de uma relação mercadológico-afetiva entre Val, uma pernambucana que migrou para São Paulo para trabalhar como empregada doméstica, e a família Bragança, para quem a funcionária trabalha. Uma relação fetichista se estabelece na dissimulação por parte da família de sobrenome real de que Val é da família apesar de, em todas as circunstâncias, tratá-la como cidadã de segunda classe. O objetivo deste artigo é, assim,
refletir sobre o fetichismo do igual, um dos desdobramentos do fetichismo da mercadoria, que é desvelado a partir da chegada de Jéssica, filha de Val, e que, ao portar-se como uma igual, desperta ódio. O principal referencial teórico do trabalho são os textos O capital de Karl Marx e Fetichismo – Colonizar o outro, do professor Vladimir Safatle.

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Biografia do Autor

  • Camila Franquini Pereira, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Rio de Janeiro, Brasil

    é doutoranda em Ciência da Literatura na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

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Publicado

2024-11-11

Edição

Seção

Presenças

Como Citar

Pereira, C. F. (2024). O mecanismo do Fetiche do Igual e os seus desvelamentos no filme Que horas ela volta?, de Anna Muylaert . Estudos Avançados, 38(110), 235-246. https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2024.38110.016