O “espaço-entre” na matriz da contratransferência
diálogos entre Winnicott e Ogden
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p518-533Palavras-chave:
transferência, clínica, psicanálise, espaço-entre, contratransferênciaResumo
Nesse artigo buscamos entender a continuidade das proposições teórico-clínicas de Winnicott e Ogden, que incluem a contratransferência no processo analítico do paciente, e mais, o psiquismo do analista em sua parte mais inconsciente. Essas proposições implicariam um entendimento intersubjetivo do enquadre, produzindo uma nova maneira de enxergar a relação analítica e, consequentemente, a técnica. Escolhemos o termo “espaço-entre” para nomear tais propostas, pois concluímos que um outro lugar ou processo é produzido no encontro analítico. Esse lugar não é nem do analista, nem do paciente, mas de ambos. Tal encontro produziria um inconsciente do vínculo, capaz de gerar trabalho psíquico e gerar efeitos importantes.
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