O uso de robôs como mediadores na prática clínica psicanalítica com crianças autistas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v26i3p566-583Palavras-chave:
psicanálise, autismo, robôs, clínica, objetoResumo
Nossa proposta, a partir da clínica psicanalítica, é demonstrar como o uso do robô, enquanto objeto tecnológico, poderá permitir à criança autista, no tratamento, maior interação e laço com o Outro. Fazemos uma aposta de que as intervenções mediadas pelo robô podem proporcionar um semblante das operações constitutivas do sujeito que não se realizaram. Considerando que os componentes da borda autística possibilitam ao sujeito enlaçar-se no meio social, destaca-se as possibilidades de 'alargamento' desta borda autística a partir de intervenções qualificadas com objeto. Assim, o uso do robô nas sessões torna as intervenções menos invasivas à criança permitindo certa regulação pulsional, favorecendo um caminho privilegiado de comunicação e intervenção, produzindo maior interação social.
Downloads
Referências
Bettelheim, B. (1987). A fortaleza vazia. São Paulo, SP: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1967).
Bialer, M. (2014). Espelhos no autismo: Alicerces para a criação de um estofo imaginário. Estilos da Clinica, 19(2), 294-308. doi:https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v19i2p294-308
Bialer, M. (2015, abril). O apoio no duplo autístico na construção do imaginário no autismo. Estilos Clínicos, 20(1), 92-105. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v20i1p92-105
Binotte, V. P. (2018). Desenvolvimento de um robô socialmente assistivo com controle baseado em comportamento de seleção de ação para interação com crianças com TEA. (Dissertação de mestrado no Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica- PPGEE),Vitória: Universidade Federal do Espirito Santo.
Binotte, V. P., Goulart, C., Valadão, C., Caldeira, E., & Bastos, T. (2017, 1 a 4 de outubro). Estratégias de controle do robô social para interação com crianças com Transtorno do Espectro Autista. Anais do Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente, Porto Alegre, RS, Brasil, 13. https://www.ufrgs.br/sbai17/papers/paper_179.pdf
Cabibihan, J. J., Javed, H., Ang, M., & Aljunied, S. M. (2013). Why robots? A survey on the roles and benefits of social robots in the therapy of children with Autism. International Journal of Social Robotics, 5(4), 593-618. http://dx.doi.org/10.1007/s12369-013-0202-2
Catão, I., & Vivès, J.-M. (2011). Sobre a escolha do sujeito autista: voz e autismo. Estudos de Psicanálise, (36), 83-92. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ep/n36/n36a07.pdf
Cruz, J. C., & Salazar, Y. A. (2014). Aplicación robótica para realizar terapias en niños con autismo. Recuperado de http://www.laccei.org/LACCEI2014-Guayaquil/RefereedPapers/RP026.pdf
Dautenhahn, K. (2007). Socially intelligent robots: Dimensions of human-robot interaction. Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, 362(1480), 679-704. https://dx.doi.org/10.1098%2Frstb.2006.2004
Dautenhahn, K., & Werry, I. (2004). Towards Interactive Robots in Autism Therapy: Background, Motivation and Challenges. Pragmatics and Cognition, 12(1), 1-35. http://dx.doi.org/10.1075/pc.12.1.03dau
Ferreira, J. A. (2014). Nomeando o inominável: A evolução das contribuições teóricas de Frances Tustin acerca do funcionamento dinâmico autístico em crianças e adultos (Dissertação de mestrado em Psicologia), Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Universidade Estadual Paulista, Assis, Brasil. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/110676?show=full
Fink, B. O sujeito lacaniano: Entre a linguagem e o gozo. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar, 1998.
Gaboriau, R., & Sakka, S. (2017). Le robot comme mediateur therapeutique: Une experience aupres de jeunes autistes. Tétralogiques, (22), 249-261. http://www.tetralogiques.fr/spip.php?article60
Goulart, C., Valadão, C., Caldeira, E. M. O., & Bastos-Filho, R. F. (2015, 25 a 28 de outubro). MARIA: um robô para interação com crianças com autismo. Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente (SBAI). Natal, RN, Brasil, 12.
Grandin, T. (2010). O mundo necessita de todos os tipos de mente [vídeo]. Estados Unidos. Recuperado de https://www.ted.com/talks/temple_grandin_the_world_needs_all_kinds_of_minds?language=pt-br
Lacan, J. (1998). Posição do inconsciente no Congresso de Bonneval. In J. Lacan, Escritos (pp. 843-864). Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1960).
Lacan, J. (1988). O Seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1964).
Lacan, J. (1998, dezembro). Conferência em Genebra sobre o sintoma. Opção Lacaniana, (23), 6-16. (Trabalho original publicado em 1975).
Laurent, É. (2014). A batalha do autismo: Da clínica à política. Rio de Janeiro: Editora Zahar. (Trabalho original publicado em 2012).
Laznik, M. C. (2013). A voz da sereia: O autismo e os impasses na constituição do sujeito. Salvador, BA: Ágalma.
Lefort, R., & Lefort R. (2017). A distinção do autismo. Belo Horizonte: Relicário Edições. (Trabalho original publicado em 2003).
Maleval, J-C. (2009a). O autista e sua voz. São Paulo, SP: Blücher.
Maleval, J.-C. (2009b). Os objetos autísticos complexos são nocivos. Psicologia em Revista, 15(2), 223-254. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/per/v15n2/v15n2a14.pdf
Maleval, J.-C. (2018, maio a outubro). Da estrutura autista. Revista aSHEPhallus de Orientação Lacaniana, 13(26), 4-38. http://www.isepol.com/asephallus/numero_26/pdf/2_conferencia_jean_claude_maleval_portugues.pdf
Organização Pan-Americana de Saúde. (2017). Folha informativa. Transtorno do espectro autista. Recuperado de https://www.paho.org/pt/topicos/transtorno-do-espectro-autista
Orrado, I., Pilas, V., & Vivès, J-M. (2017). De l’impossible cession de l’objet voix au possible investissement d’une voix: La passe résonante de l’autiste. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 20(3), 481-496. doi: https://doi.org/10.1590/1415-4714.2017v20n3p481.5
Padilla R., & Lhullier, L. (2012). Autismo: Uma leitura para além dos limites do simbólico. In A. Murta, A. Calmon, & M. Rosa (orgs.), Autismo(s) e atualidade: Uma leitura lacaniana (pp. 117-134). Belo Horizonte, MG: Scriptum Livros.
Portolese, J., Bordini, D., Lowenthal, R., Zachi, E. C., & de Paula, C. S. (2018). Mapeamento dos serviços que prestam atendimento a pessoas com transtornos do espectro autista no Brasil. Cadernos de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 17(2). Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgdd/article/view/11322
Tustin, F. (1975). Autismo e psicose infantil. Rio de Janeiro, RJ: Editora Imago. (Trabalho original publicado em 1972).
Tustin, F. (1981). Autistic States in Children. London and Boston: Routledge, 1981.
Vorcaro, A., & Ferreira, T. (2017). O tratamento psicanalítico de crianças autistas. Belo Horizonte, MG: Autêntica.
Williams, D. (1996). Like colour to the blind: Soul searching and soul finding. New York: Times Books.
Winnicott, D. W. (1975). O brincar e a realidade. Rio de Janeiro, RJ: Imago. (Trabalho original publicado em 1971).
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Stéphanie Alves Furtado Badaró, Maria Gláucia Pires Calzavara
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O envio dos manuscritos deverá ser acompanhado de Carta à Comissão Executiva solicitando a publicação. Na carta, o(s) autor(es) deve(m) informar eventuais conflitos de interesse - profissionais, financeiros e benefícios diretos ou indiretos - que possam vir a influenciar os resultados da pesquisa. Devem, ainda, revelar as fontes de financiamento envolvidas no trabalho, bem como garantir a privacidade e o anonimato das pessoas envolvidas. Portanto, o(s) autor(es) deve(m) informar os procedimentos da aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética da instituição do(s) pesquisador(es) com o número do parecer.
O material deve ser acompanhado também de uma Declaração de Direito Autoral assinada por todo(s) o(s) autor(es) atestando o ineditismo do trabalho, conforme o seguinte modelo:
Eu, Rinaldo Voltolini, concedo à revista o direito de primeira publicação e declaro que o artigo intitulado Sobre uma política de acolhimento de professores em situação de inclusão, apresentado para publicação na revista Estilos da Clínica, não foi publicado ou apresentado para avaliação e publicação em nenhuma outra revista ou livro, sendo, portanto, original.