A potência do axé e suas relações entre imagem, transformações e visibilidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2022.184633Palavras-chave:
Potência, Imagem fotográfica, Axé, CandombléResumo
Este artigo discute representações do Candomblé produzidas por quem faz parte dele, em três terreiros sergipanos, de linhagens distintas. O recorte imagético escolhido é a fotografia, uma vez que, apesar de as fotografias serem vistas como recortes de realidades e contextos, elas apresentam uma série de interpretações acerca daquilo que querem comunicar. Busco pensar nos atos performativos e políticos que esses sujeitos realizam ao tornar visíveis ou não as imagens que são produzidas nestas três casas. Potência foi pensada justamente pelo fato de a palavra Axé representar Força, e, portanto, me remeter à sua potencialidade enquanto mantenedora da religião. Em campo, ouvi muito as frases como “dá pra sentir o axé na foto”; “esse santo aí tem muito axé”, a uma força ritual, que apesar de estar fixada numa imagem, é sentida por aqueles que a reconhecem em seus cotidianos.
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