Cultura e desenvolvimento: uma estratégia de analise a partir de um estudo longitudinal de famílias em Salvador, Bahia
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.39776Palavras-chave:
desenvolvimento-no-contexto, concepções parentais, participação infantil, “modos de partilhar”.Resumo
Este estudo foi conduzido com o objetivo de identificar alguns dos mecanismos culturalmente estruturados pelos quais a criança participa crescentemente da vida familiar e se tolda um membro co-responsável, ao desenvolver atividades ligadas à organização coletiva da vida cotidiana. Ent‘atizou-se, além do contexto de interações no qual se promove essa inserção, as ideias pareníais sobre educação de filhos, tanto no plano mais genérico como no plano imediato da descrição da rotina familiar, justificando o engajamento da criança. Os valores culturais expressos pelas justificativas parentais, promovendo ou restringindo a participação da criança, são importantes dimensões do contexto desenvolvimental. As decisões tomadas ao longo deste trabalho foram orientadas por idéias de inspiração ecológica e semiótico-construtivistas e c~lt^l^ireinc^h^/.si~e. No plano empírico, essas questões conduziram a um estudo intensivo sobre dez famílias, ao longo de uma década. A analise, que assinala a interdependência entre contexto? idéias parentais e engajamento da criança, foi possível a partir da identificação da categoria 1770^dO.5 de partill~ai; tomada como unidade de análise e extraída da análise das práticas culturais em curso no cotidiano familiar. Os modos de partilhar podem descrever, de um lado, os tipos, as qualidades e a natureza das relações entre idéias parentais e práticas de criação de filhos e, de outro, os valores culturais prevalentes no grupo cultural de referência. As análises efetuadas permitiram mostrar a interdependência entre as práticas educativas e o contexto cultura], que se r ealiza nas várias instâncias, interligados de uma maneira fluida, recíproca, não linear. Os modos de partilhar expressam a coordenação entre diferentes ordens de ^c^oM^straint^s externos e a ação dos cuidadores e da própria criança. Na conclusão, são discutidos dois exemplos dessa interdependência.Referências
Arroyo MG. Revendo os vínculos entre trabalho e educação: elementos materiais da formação humana. In: Silva TT. (Org.). Trabalho, educação e prática social. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
Aquino JG. Prefácio. In: Lewis M. Alterando o destino. Por que o passado não prediz o futuro. Campinas, Editora da Unicamp/Editora Moderna,1991.
Bilac ED. Famílias de trabalhadores. estratégias de sobrevivência. A organização da vida familiar em uma cidade paulista. São Paulo, Edição Símbolo,1978.
Branco AU. Sociogênese e canalização cultural: contribuições à análise do contexto das salas de aula. Temas em Psicologia, 3: 9-17,1993.
Bronfenbrenner U, Crouter AC. The evolution of environmental models in developmental research. In: Mussen RH.(Ed.). Handbook of child psvchology. Kessen W. (vol. ed.). History, theory and methods. (vol. 1). New York, John Wiley &Sons, 1983.
Colby A. The multiple contexts of human development. In: Jessor R, Colby A, Shweder RA. (Eds.). Ethnography and human development. Chicago / Londres, The University of Chicago Press, 1996. (Cap. 15,p. 327-338).
Ferreira EAR. Irmãos que cuidam de irmãos na ausência dos pais: um estudo sobre desempenho em tarefas domésticas e interação entre irmãos. Brasilia: 1991. [Dissertação de Mestrado Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília].
Glenn SS. Contingencies and meta contingencies: toward a synthesis of behavior analysis and cultural materialism. The Behavior Analyst. 1988;11:161-179.
Góes MCR. Os modos de participação do outro nos processos de significação do sujeito. Temas em Psicologia. 1: 1-5,1993. (N. temático: Desenvolvimento cognitivo: linguagem e aprendizagem).
Goodnow JJ. Cultural practices: contributions and questions from the study of house-hold tasks. In: SRCD Meeting, New Orleans,1993. Comunicação apresentada ao simpósio Cultural practices as contexts for development: concept and research use. New Orleans Society for Research in Child Development - SRCD,1993. (mimeo).
Goodnow JJ, Collins WA. Development according to parents. The nature, sources, and consequences of parents’ ideas. Hove, UK, Lawrence Erlbaum Associates, Publishers,1990.
Goodnow JJ. Parents’ ideas, actions, and feelings: models and methods from developmental and social psychology. Child Development. 1988; 59:286-320.
Harré R, Gillett G. A mente discursiva. os avanços na ciência cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
Horowitz F. Exploring developmental theories. toward a structural/behavioral model of development. Hillsdale, New Jersey, Lawrence Erlbaum Associates Publishers, 1987.
Lightfoot C, Folds-Bennett T. Description and explanation in developmental research: separate agendas. In: Asendorpf JB, Vasiner J. Stability and change in development. a study of methodological reasoning. New Bury Park, Ca, Sage Publications,1992. Cap. 7, p. 207-239.
Nicolaci-da-Costa AM. Repensando a psicologia clínica. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 5(1): 85-98, 1989.
Nye El, Berardo FM. The family its structure and interaction. New York, Macmillan Publishing Co. Inc. / London, Collier Macmillan Publishers, 1973.
Rogoff B. Apprenticeship in thinking. New York, Oxford University Press, 1990.
Samaja J. Epistemologia y metodología: elementos para una teoria de la investigación científica. Buenos Aires, Eudeba S.E.M, 1993.
Saraceno C. The concept of family strategy and its application to the family-work complex: some theoretical and methodological problems. In: Boh K, Sgrilla G, Sussman MB. (Eds.). Cross-cultural perspectives on families, work and chamge. New York, The Haworth Press Inc, 1989. p. 1- 18.
Schaffer HR. Joint involvement episodes as context for development. In: Mcgurk H.(Ed.). Childhood social development. Contemporary perspectives. Yorkshire, Lawrence Erlbaum Associates Ltd., 1992.
Schaffer HR. The child’s entry in a social world. London, Academic Press, 1984.
Schaffer HR. Joint involvement episodes as context for development. In: Mcgurk H.(Ed.) Childhood social a development. Contemporary perspectives. Yorkshire, Lawrence Erlbaum Associates Ltd., 1992.
Simão LM. Semiose e diálogo: para onde aponta o construtivismo semiótico-cultural? (mimeo: no prelo).
Skinner BF. Can psychology be a science of mind? American Psychologist. 1990;4(11): 1206-1207.
Spink MJ. (Org.). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano. Aproximações teóricas e metodológicas. São Paulo, Cortez Editora, 1999.
Super CM, Harkness S. The develop-mental niche: a conceptualization at the interface of child and culture. International Journal of Behavioral Development. 1986;9:545-569.
Tomasello M, Kruger AC, Ratner HH. Cultural learning. Behavioral and brain Scientes. 16: 495-552, 1993.
Valsiner J. Culture and the development of childrens action. a cultural-historical theory of developmental psychology. Chichester, John Wiley & Sons, 1987.
Valsiner J. How can developmental psychology become “culture-inclusive”? In: Valsiner J. (Ed.). Child development in culture context. Toronto, Hogrefe and HuberPublishers, 1989.
Valsiner J. Niches of cultural embedded ness. In: Comparative study of human cultural development. Madrid, Fundación Infancia y Aprendizaje, 2001. Cap. 4, p.77-98.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
CODE OF CONDUCT FOR JOURNAL PUBLISHERS
Publishers who are Committee on Publication Ethics members and who support COPE membership for journal editors should:
- Follow this code, and encourage the editors they work with to follow the COPE Code of Conduct for Journal Edi- tors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf)
- Ensure the editors and journals they work with are aware of what their membership of COPE provides and en- tails
- Provide reasonable practical support to editors so that they can follow the COPE Code of Conduct for Journal Editors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf_)
Publishers should:
- Define the relationship between publisher, editor and other parties in a contract
- Respect privacy (for example, for research participants, for authors, for peer reviewers)
- Protect intellectual property and copyright
- Foster editorial independence
Publishers should work with journal editors to:
- Set journal policies appropriately and aim to meet those policies, particularly with respect to:
– Editorial independence
– Research ethics, including confidentiality, consent, and the special requirements for human and animal research
– Authorship
– Transparency and integrity (for example, conflicts of interest, research funding, reporting standards
– Peer review and the role of the editorial team beyond that of the journal editor
– Appeals and complaints
- Communicate journal policies (for example, to authors, readers, peer reviewers)
- Review journal policies periodically, particularly with respect to new recommendations from the COPE
- Code of Conduct for Editors and the COPE Best Practice Guidelines
- Maintain the integrity of the academic record
- Assist the parties (for example, institutions, grant funders, governing bodies) responsible for the investigation of suspected research and publication misconduct and, where possible, facilitate in the resolution of these cases
- Publish corrections, clarifications, and retractions
- Publish content on a timely basis