Cartas de Haroldo Maranhão sobre Machado de Assis
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v37i4p10-22Palavras-chave:
Cartas, Machado de Assis, Haroldo MaranhãoResumo
A partir do estudo da carta como uma escrita de si que proporciona a criação de uma conversa com um ausente, que irrompe no cotidiano e que apresenta diferentes níveis de significado, examinaremos a presença de missivas na narrativa brasileira contemporânea Memorial do fim: a morte de Machado de Assis (2004), do escritor paraense Haroldo Maranhão. Tendo como embasamento crítico-teórico os estudos de Foucault (2012), Haroche-Bouzinac (2016), Diaz (2016), entre outros estudiosos do gênero epistolar, veremos como a narrativa de Maranhão, por meio do uso de cartas fictícias, tende a criar a ilusão de registros cotidianos contextualizados, uma vez que sua prática permite examinar a consciência e os percalços dos últimos dias de vida de Machado ficcionalizado no enredo.
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