Mário de Andrade, leitor dos parnasianos: estudo e formação do crítico
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i30p21-31Palavras-chave:
Mário de Andrade, Biblioteca de escritores, Parnasianismo, MargináliaResumo
A biblioteca de Mário de Andrade preserva, na marginalia, aspectos de percursos do polígrafo. A marginália, no caso dos parnasianos, permite acompanhar a leitura realizada por um poeta iniciante, mas contestador de cânones; leitura que deixa marcas das etapas de um trabalho e aponta competências e interesses do leitor na observação de formas e soluções alheias, mas interessado em renovar; que se torna um poeta e um crítico comprometido com o modernismo. Nas páginas dos parnasianos, brasileiros e franceses, há número expressivo de notas que se ligam à análise da estrutura dos poemas, de soluções estilísticas, versificação, sonoridade e vocabulário. Nos volumes, o leitor sugere alternativas, anota palavras, redige comentários, põe em relevo pontos de interesse. As anotações de leitura fazem do texto impresso um campo de estudo e criação; são manuscritos de vários tipos e decodificam matrizes. Analisar osdiálogosde Mário de Andrade emsuasleiturassignifica aproximar-se de suas escolhas, materializadas, por vezes, nas anotações que guardam instâncias doprocessocriativo do artista e do crítico.
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