Contranarrativas fílmicas Guarani Mbya: atos decoloniais de desobediência institucional no cinema indígena
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v13i1p231-254Mots-clés :
Guarani Mbya, Perspectiva Decolonial, Cineastas Indígenas, Documentário, MetalinguagemRésumé
Este trabalho analisa a produção documental do Coletivo Guarani Mbya de Cinema. Intercalando à crítica pós-colonial os estudos fílmicos, o objetivo é compreender como os cineastas indígenas, à medida que assumem os registros audiovisuais sobre si, problematizam as versões oficiais e estereotipadas sobre o seu mundo histórico. A partir da matriz decolonial, identifica-se um regime imagético que configura atos de desobediência fílmica e histórica, além de desnudar a colonialidade do poder, do saber e do ser em volta do povo Guarani. Identificam-se também processos de metalinguagem, que confundem os espaços fílmicos e históricos, criam uma rede intrincada entre os filmes e forçam o cinema para além de suas fronteiras.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
Almeida, J. (2013). Perspectivas pós-coloniais em diálogo. In J. Almeida, A. Miglievich- Ribeiro & H. T. Gomes (Orgs.), Crítica pós-colonial (pp. 9-32). Rio de Janeiro, RJ: 7Letras.
Araújo, J. J. (2015). Cineastas indígenas, documentário e autoetnografia: Um estudo do projeto vídeo nas aldeias. (Tese de doutorado). Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
Ballestrin, L. M. A. (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, 11, 89-117. doi: 10.1590/S0103-33522013000200004
Ballestrin, L. M. A. (2017). Modernidade/Colonialidade sem “Imperialidade”? O elo perdido do giro decolonial. Dados, 60(2), 505-540. doi: 10.1590/001152582017127.
Belisário, B. (2016). Ressonâncias entre cinema, cantos e corpos no filme As Hipermulheres. Galáxia, 32, 65-79. doi: 10.1590/1982-25542016223451
Bernardet, J.-C. (2003) Cineastas e imagens do povo. São Paulo, SP: Companhia das Letras.
Bhabha, H. K. (2014). O local da cultura. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG.
Brasil, A. (2012a). O olho do mito: Perspectivismo em Histórias de Mawary. Ecó-Pós, 15(3), 69-89. doi: 10.29146/eco-pos.v15i3.872
Brasil, A. (2012b). Bicicletas de Nhanderu: Lascas do extracampo. Devires, 9(1), 98-117.
Brasil, A. (2013). Mise-en-abyme da cultura: A exposição do “antecampo” em Pi’õnhitsi e Mokoi Tekoá Petei Jeguatá. Significação, 40(40), 245-265. doi: 10.11606/issn.2316-7114.sig.2013.71683
Brasil, A. (2016). Ver por meio do invisível: O cinema como tradução xamânica. Novos Estudos, 35(3), 125-146. doi: 10.25091/s0101-3300201600030007
Caixeta de Queiroz, R. (2008). Cineastas indígenas e pensamento selvagem. Devires, 5(2), 98-125.
Caixeta de Queiroz, R. & Diniz, R. O. (2018). Cosmocinepolítica tikm’n-maxakali: ensaio sobre a invenção de uma cultura e de um cinema indígena. Gis, 3(1), 63-105. doi: 10.11606/issn.2525-3123.gis.2018.142390
Carelli, V. (2011). Um novo olhar, uma nova imagem. In A. C. Z. Araújo (Org.), Vídeo nas aldeias 25 anos (pp. 42-51). Olinda, PE: Vídeo nas Aldeias.
Castro-Gómez, S. (2005). Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da “invenção do outro”. In E. Lander (Org.), A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas (pp. 80-87). Buenos Aires: Clacso.
Comolli, J.-L. (2008). Ver e poder. A inocência perdida: Cinema, televisão, ficção, documentário. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG.
Conselho Indigenista Missionário (Cimi). (2016). Relatório “Violência contra os povos indígenas no Brasil: Dados de 2016”. Recuperado de https://bit.ly/2OLjTtT
Córdova, A. (2011). Estéticas enraizadas: Aproximaciones ao vídeo indígena al América Latina. Comunicación y Medios, 4, 81-107. doi: 10.5354/0719-1529.2012.19895
Corrêa, M. (2004). Vídeo das Aldeias. In M. Corrêa; S. Bloch & V. Carelli (Coords.), Mostra vídeo nas aldeias: Um olhar indígena. (pp. 33-39). Olinda, PE: Banco do Brasil.
Corrigan, T. (2015). O filme-ensaio: Desde Montaigne e depois de Marker. Campinas, SP: Papirus.
Costa, S. (2013). (Re)Encontrando-se nas redes? As ciências humanas e a nova geopolítica do conhecimento. In J. Almeida, A. Ribeiro, & H. T. Gomes, (Orgs.), Crítica Pós-Colonial (pp. 257-274). Rio de Janeiro, RJ: 7Letras.
Diário Causa Operária (2018). Indígenas são expulsos violentamente pela polícia de suas terras no Mato Grosso do Sul. Recuperado de https://bit.ly/2uCV9uf
Durham, E. R. (2018). Apresentação. In B. Malinowski, Argonautas do pacífico ocidental (pp. 17-38). São Paulo, SP: Ubu Editora.
Fanon, F. (2008). Pele negra máscaras brancas. Salvador, BA: Edufba.
Felipe, M. A. (2018). Escrituras fílmicas problematizadoras do mundo histórico: A “questão indígena” no Brasil. Famecos, 25(2), 1-30. doi: 10.15448/1980-3729.2018.2.29351
Felipe, M. A. (2019). Variações sobre o documentário de Vincent Carelli: (Des)fazendo o novelo. Doc On-line, 25, 6-46. doi: 10.20287/doc.d25.dt01
Freire, M. (2011). Documentário: Ética, estética e formas de representação. São Paulo, SP: Annablume.
Gallois, D. T. & Carelli, V. (1995). Vídeo e diálogo cultural: Experiência do projeto Vídeo nas Aldeias. Horizontes antropológicos, 1(2), 61-72.
Ginsburg, F. (2011). Vídeo parentesco: Um ensaio sobre “A Arca dos Zo’é” e “Eu já fui seu irmão”. In A. C. Z. Araújo (Org.),Vídeo nas Aldeias 25 anos (1986-2011) (pp. 172-179) Olinda, PE: Vídeo nas Aldeias.
Golin, T. (2014). A Guerra Guaranítica: O levante indígena que desafiou Portugal e Espanha. São Paulo, SP: Terceiro Nome.
Hartog, F. (2014). Memória de Ulisses: Narrativas sobre a fronteira na Grécia antiga. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG. Lacerda, R. (2018). O plano, o contraplano e o “plano sem plano”: Imagens ocidentais e Mbya Guarani de São Miguel. Iluminuras, 19(46), 135-168. doi: 10.22456/1984-1191.85245
Ladeira, M. I. (2008). Espaço geográfico Guarani-Mbya: Significado, constituição e uso. Maringá, PR: Eduem.
Maldonado-Torres, N. (2007). Sobre la colonialidad del ser: Contribuciones al desarrollo de un concepto. In S. Castro-Gómez & R. Grosfoguel (Eds.), El giro decolonial: Reflexiones para uma diversidade epistémica más allá del capitalismo global (pp. 127-168). Bogotá: Siglo del Hombre Editores.
Malinowski, B. (2018), Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo, SP: Ubu.
Mecchi, Y. & Jornada, I. (2018). Alckmin diz que solução para conflito agrário é armamento rural. Correio do Estado. Recuperado de https://bit.ly/2HOOVQE
Miglievich-Ribeiro, A. (2014). Por uma razão decolonial: Desafios ético-político-epistemológicos à cosmovisão moderna. Civitas, 14(1), 66-80. doi: 10.15448/1984-7289.2014.1.16181
Miglievich-Ribeiro, A & Prazeres, L. L. G. (2015). A produção da subalternidade sob a ótica pós-colonial (e decolonial). Temáticas, 23(45-46), 25-52.
Migliorin, C. (2012). O que é um coletivo. In A. Brasil, M. Rocha & S. Borges (Coords.), Teia (2002-2012) (pp. 307-316). Belo Horizonte, MG: Teia.
Mignolo, W. D. (2010). Aiesthesis decolonial. Calle 14, 4(4), 10-25. doi: 10.14483/21450706.1224
Mignolo, W. D. (2014). Desobediencia epistémica: Retórica de la modernidade, lógica de la colonialidad e gramática de la descolonialidad. Buenos Aires: Ediciones del Signo.
Mignolo, W. D. (2017). Colonialidade: O lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 32(94), 1-18. doi: 10.17666/329402/2017.
Mignolo, W. D. (2018). Historias locales/diseños globales: Colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Argentina/Espanha/México: Ediciones Akal.
Moraes, F. (2017). A luta do cinema indígena. Revista Zum, 12, 76-95.
Nichols, B. (2005). Introdução ao documentário. Campinas, SP: Papirus.
Peirano, M. (2018). Prefácio a esta edição. In B. Malinowski, Argonautas do pacífico ocidental (pp. 11-16). São Paulo, SP: Ubu.
Penafria, M. (1999). O filme documentário: História, identidade, tecnologia. Lisboa: Cosmos.
Penafria, M. (2009). Análise de filmes: Conceitos e metodologia(s). Artigo apresentado no VI Congresso Sopcom, Lisboa. Recuperado de https://bit.ly/1BGfzTa
Poty, V. (2015). Os Guarani-Mbyá: Palavras. In D. Christidis & V. Poty, Os Guarani-Mbyá. Porto Alegre, RS: Wences Design Criativo.
Prysthon, A. (2006). Imagens periféricas: Os estudos culturais e o terceiro cinema. E-Compós, 6, 1-15. doi: 10.30962/ec.v6i0.73
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In E. Lander (Org.), A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latino-americanas (pp. 107-130). Buenos Aires: Clacso.
Ramos, F. P. (2005). A cicatriz da tomada: Documentário, ética e imagem intensa. In F. P. Ramos (Org.), Teoria contemporânea do cinema (pp. 159-226). São Paulo, SP: Editora Senac.
Ramos, F. P. (2009). Apresentação à edição brasileira. In L. Jullier & M. Marie, Lendo as imagens do cinema (pp. 9-13). São Paulo, SP: Editora Senac.
Stam, R. & Shohat, E. (2005). Teoria do cinema e espectatorialidade na era dos “pós”. In F. P. Ramos (Org.), Teoria contemporânea do cinema: Pósestruturalismo e filosofia analítica (pp. 393-424). São Paulo, SP: Editora Senac.
Stam, R. & Shohat, E. (2006). Crítica da imagem eurocêntrica: Multiculturalismo e representação. São Paulo, SP: Cosac Naify.
Sijll, J. V. (2017). Narrativa cinematográfica: Contando histórias com imagens
em movimento. São Paulo, SP: WMF Martins Fontes.
Tacca, F. (2001). A imagética da Comissão Rondon: Etnografias fílmicas estratégicas. Campinas, SP: Papirus.
Vídeo nas Aldeias (Produtora). (2010). Cineastas indígenas [DVD]. Recuperado de https://bit.ly/2ODHVqx
Viveiros de Castro, E. (2017). Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena. In E. Viveiros de Castro, A inconstância da alma selvagem (pp. 299-346). São Paulo, SP: Ubu
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Matrizes 2019
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans ce journal acceptent les termes suivants:
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, le travail étant concédé simultanément sous la licence Creative Commons Attribution (CC BY-NC-SA 4.0) qui permet le partage de l'œuvre avec reconnaissance de la paternité et de la publication initiale dans cette revue à des fins non commerciales.
- Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour une distribution non exclusive de la version de l'ouvrage publiée dans cette revue (par exemple, publication dans un référentiel institutionnel ou en tant que chapitre de livre), avec reconnaissance de la paternité et de la publication initiale dans cette revue.