Um protocolo para investigação do processo subjacente às respostas em avaliações da personalidade
DOI:
https://doi.org/10.1590/1982-4327e3020Palavras-chave:
Medidas de personalidade, Distúrbios da personalidade, Validade do testeResumo
A literatura é escassa quanto a estudos investigando o processo subjacente às respostas dadas em testes de autorrelato para avaliação da personalidade. Este estudo teve como objetivo desenvolver um protocolo para investigação do processo de resposta de pessoas que responderam a um instrumento de autorrelato para avaliação da personalidade. Buscaram-se também evidências de validade de conteúdo desse protocolo. O protocolo aqui apresentado teve como foco o traço grandiosidade, representando o funcionamento narcisista. Para tanto, 35 pessoas responderam o Inventário Dimensional Clínico da Personalidade (IDCP) e o Personality Inventory for DSM-5 (PID-5). Evidências favoráveis foram identificadas, indicando o funcionamento apropriado do protocolo desenvolvido, já que foram encontradas informações consistentes de acordo com a literatura. Por exemplo, foi observado que pessoas que pontuaram mais alto em grandiosidade nos testes de autorrelato, foram aquelas que escolheram as alternativas que representavam o traço grandiosidade e também foram aquelas que apresentaram uma linha de base mais alta para considerar alguém como narcisista. Espera-se que o protocolo seja replicável por outros pesquisadores que objetivem verificar as estratégias de respostas adotadas em testes de personalidade no formato de autorrelato.
Downloads
Referências
Acklin, M. W., & Wu-Holt, P. (1996). Contributions of cognitive science to the Rorschach technique: Cognitive and neuropsychological correlates of the response process. Journal of Personality Assessment, 67(1), 169-178. doi:10.1207/s15327752jpa6701_13
American Educational Research Association, American Psychological Association, & National Council on Measurement in Education. (2014). The standards for educational and psychological testing. Washington, DC: AERA.
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders: DSM-5 (5th ed.). Washington, DC: Author.
Backlund, L., Skanér, Y., Montgomery, H., Bring, J., & Strender, L.-E. (2003). Doctor’s decision process in a drug-prescription task: The validity of rating scales and think-aloud reports. Organizational Behavior and Human Decision Processes, 91(1), 108-117. doi:10.1016/S0749-5978(02)00529-0
Barnhofer, T., Jong-Meyer, R., Kleinpass, A., & Nikesch, S. (2002). Specificity of autobiographical memories in depression: An analysis of retrieval processes in a think-aloud task. British Journal of Clinical Psychology, 41(Pt 4), 411-416.
Bornstein, R. F. (2007). Toward a process-based framework for classifying personality tests: Comment on Meyer and Kurtz (2006). Journal of Personality Assessment, 89(2), 202-207. doi:10.1080/00223890701518776
Carvalho, L. F. (2014). Avaliação dos transtornos da personalidade no Brasil: O Inventário Dimensional Clínico da Personalidade [Personality disorders assessment in Brazil: The Dimensional Clinical Personality Inventory]. In C. R. Campos & T. C. Nakano (Orgs.), Avaliação psicológica direcionada a populações específicas: Técnicas, métodos e estratégias [Psychological assessment directed to specific populations: Techniques, methods and strategies] (pp. 163-180). São Paulo, SP: Vetor.
Carvalho, L. F., & Primi, R. (2015). Development and internal structure investigation of the Dimensional Clinical Personality Inventory (DCPI). Psicologia: Reflexão e Crítica, 28(2), 322-330. doi:10.1590/1678-7153.201528212
Carvalho, L. F., & Primi, R. (2016). Prototype matching of personality disorders with the Dimensional Clinical Personality Inventory. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(2), e322214. doi:10.1590/0102-3772e322214
Carvalho, L. F., Primi, R., & Stone, G. E. (2014). Psychometric properties of the Inventário Dimensional Clínico da Personalidade (IDCP) using the Rating Scale Model. Avances en Psicología Latinoamericana, 32(3), 433-446. doi:10.12804/apl32.03.2014.09
Carvalho, L. F., & Sette, C. P. (2017). Revision of the criticism avoidance dimension of the Dimensional Clinical Personality Inventory. Estudos de Psicologia (Campinas), 34(2), 219-231. doi:10.1590/1982-02752017000200004
Carvalho, L. F., & Silva, G. F. C. (2016). Review of the self-sacrifice dimension of the clinical Dimensional Personality Inventory. Psicologia: Reflexão e Crítica, 29, 6. doi:10.1186/s41155-016-0022-z
Castillo-Díaz, M., & Padilla, J. L. (2013). How cognitive interviewing can provide validity evidence of the response processes to scale items. Social Indicators Research, 114(3), 963-975. doi:10.1007/s11205-012-0184-8.
Ericsson, K. A., & Simon, H. A. (1999). Protocol analysis: Verbal reports as data (2nd ed.). Cambridge, MA: MIT Press.
Exner, J. E., Jr. (1996). Critical bits and the Rorschach response process. Journal of Personality Assessment, 67(3), 464-477. doi:10.1207/s15327752jpa6703_3
Gadermann, A. M., Guhn, M., & Zumbo, B. D. (2011). Investigating the substantive aspect of construct validity for the satisfaction with life scale adapted for children: A focus on cognitive processes. Social Indicators Research, 100(1), 37-60. doi:10.1007/s11205-010-9603-x
Kirschbaum, C., & Hoelz, J. C. (2014). A confiança em situações ambivalentes e incongruentes: A utilização de vinhetas como método exploratório [Confidence in ambivalent and incongruent situations: The use of vignettes as an exploratory method] RAM: Revista de Administração Mackenzie, 15(3), 42-68. doi:10.1590/1678-69712014/administracao.v15n3p42-68
Krueger, R. F., Derringer, J., Markon, K. E., Watson, D., & Skodol, A. E. (2012). Initial construction of a maladaptive personality trait model and inventory for DSM-5. Psychological Medicine, 42(9), 1879-1890. doi:10.1017/S0033291711002674
Langston, C. A., & Sykes, W. E. (1997). Beliefs and the big five: Cognitive bases of broad individual differences in personality. Journal of Research in Personality, 31(2), 141-165. doi:10.1006/jrpe.1997.2178
Millon, T. (2011). Disorders of personality: Introducing a DSM/ICD spectrum from normal to abnormal (3rd ed.). Hoboken, NJ: Wiley.
Padilla, J. L., & Benítez, I. (2014). Validity evidence based on response processes. Psicothema, 26(1), 136-144. doi:10.7334/psicothema2013.259
Ployhart, R. E., & Ehrhart, M. G. (2003). Be careful what you ask for: Effects of response instructions on the construct validity and reliability of situational judgment tests. International Journal of Selection and Assessment, 11(1), 1-16. doi:10.1111/1468-2389.00222
Reze, B. (2014). O processo de decisão da mãe sobre a cirurgia cardíaca para o filho [The decision process of the mother on the cardiac surgery for the son]. Psicologia: Ciência e Profissão, 34(2), 288-301. doi:10.1590/1982-3703000072012
Sireci, S. G. (2012, April). “De-constructing” test validation. Paper presented at the Annual Conference of the National Council on Measurement in Education, Vancouver, Canada.
Webber, M. P., & Huxley, P. J. (2007). Measuring access to social capital: The validity and reliability of the Resource Generator-UK and its association with common mental disorder. Social Science & Medicine, 65(3), 481-492. doi:10.1016/j.socscimed.2007.03.030
World Medical Association. (2013). World Medical Association Declaration of Helsinki: Ethical Principles for Medical Research Involving Human Subjects. JAMA. 310 (20), 2191–2194. doi:10.1001/jama.2013.281053
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Em relação à disponibilidade dos conteúdos, a Paidéia adota a Licença Creative Commons, CC-BY. Com essa licença é permitido copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato, bem como remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial, conferindo os devidos créditos autorais para à revista, fornecendo link para a licença e indicando se foram feitas alterações.
Reprodução parcial de outras publicações
Citações com mais de 500 palavras, reprodução de uma ou mais figuras, tabelas ou outras ilustrações devem ter permissão escrita do detentor dos direitos autorais do trabalho original para a reprodução especificada na revista Paidéia. A permissão deve ser endereçada ao autor do manuscrito submetido. Os direitos obtidos secundariamente não serão repassados em nenhuma circunstância.