La depresión en los DSMs: de reacción a trastorno, de efecto a causa

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.1590/0103-6564e220028

Palabras clave:

depresión, diagnóstico, sufrimiento, patología, análisis del discurso

Resumen

Este artículo busca problematizar cómo el discurso sobre la depresión, en las tres primeras ediciones del Manual Diagnóstico y Estadístico de los Trastornos Mentales , se apropió de la contradicción sufrimiento-patología. Para ello, el análisis se guio por los principios del análisis del discurso francés, de Michel Pêcheux, desarrollado por Eni Orlandi en Brasil. El estudio destaca que: 1) las dos primeras ediciones del manual presentaban la depresión como un efecto, a partir de la tercera hay una comprensión de la depresión como causa; 2) en las dos primeras ediciones del manual, el sufrimiento y la patología son un mismo objeto, por otro lado, en la tercera edición hay una escisión entre estas esferas; 3) el mecanismo discursivo de anticipación puede contribuir a la comprensión del proceso de supresión del sujeto de la enunciación por el sujeto del enunciado en los manuales diagnósticos.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Referencias

American Psychiatric Association. (1952). Diagnostic and statistical manual of mental disorders. Washington, DC: APA.

American Psychiatric Association. (1968). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (2a ed.). Washington, DC: APA.

American Psychiatric Association. (1980). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (3a ed.). Washington, DC: APA.

American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (5a ed.). Porto Alegre, RS: Artmed.

Authier-Revuz, J. (1995). Ces mots qui ne vont pas de soi – Boucles réflexives et non-coincidences du dire (Vols. 1-2). Paris, France: Larousse.

Bezerra, B., Jr. (2014). A psiquiatria contemporânea e seus desafios. In R. Zorzanelli, B. Bezerra Jr., & J. F. Costa (Orgs.), A criação de diagnósticos na psiquiatria contemporânea (pp. 9-31). Rio de Janeiro, RJ: Garamond.

Bromet, E., Andrade, L. H., Hwang, I., Sampson, N. A., Alonso, J., Girolamo, G., … Kessler, R. C. (2011). Cross-national epidemiology of DSM-IV major depressive episode. BMC Medicine, 9, Artigo 90. https://doi.org/10.1186/1741-7015-9-90

Canguilhem, G. (2009). O normal e o patológico (6a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Forense Universitária. (Trabalho original publicado em 1966)

Cardoso, T. A., Patusco, L. M., & Magalhães, P. V. S. (2019). Epidemiologia do transtorno depressivo maior. In J. Quevedo, A. E. Nardi, & A. G. da Silva (Orgs.), Depressão: Teoria e clínica (2a ed., pp. 28-38). Porto Alegre, RS: Artmed.

Cooper, R. (2005). Classifying madness: A philosophical examination of the diagnostic and statistical manual of mental disorders. Dordrecht, Netherlands: Springer.

Costa, J. F. (2014). As fronteiras disputadas entre normalidade, diferença, patologia. In R. Zorzanelli, B. Bezerra Jr., & J. F. Costa (Orgs.), A criação de diagnósticos na psiquiatria contemporânea (pp. 171-187). Rio de Janeiro, RJ: Garamond.

Depressão. (2022). Organização Pan-americana de Saúde. Recuperado de https://bit.ly/40fEU4w

Dunker, C. I. L. (2014). Questões entre a psicanálise e o DSM. Jornal de Psicanálise, 47(87), 79-107.

Dunker, C. I. L. (2015). Mal-estar, sofrimento e sintoma: Uma psicopatologia do Brasil entre muros. São Paulo, SP: Boitempo.

Dunker, C. I. L. (2020). A hipótese depressiva. In V. Safatle, N. da Silva Jr., & C. I. L. Dunker (Orgs.), Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico (pp. 177-212). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Dunker, C. I. L. (2021). Uma biografia da depressão. São Paulo, SP: Planeta.

Freud, S. (2020). O mal-estar na cultura. In S. Freud, Cultura, sociedade, religião: O mal-estar na cultura e outros escritos (M. R. S. Moraes, Trad., pp. 305-410). Belo Horizonte, MG: Autêntica. (Trabalho original publicado em 1930)

Henry, P. (2013). A ferramenta imperfeita: Língua, sujeito e discurso (2a ed.). Campinas, SP: Editora da Unicamp. (Trabalho original publicado em 1977)

Indurski, F. (2020). Da interpelação à falha no ritual: A trajetória teórica da noção de formação discursiva. In R. L. Baronas (Org.), Análise de discurso: Apontamentos para uma história da noção-conceito de formação discursiva (pp. 300-318). Araraquara, SP: Letraria.

Kincaid, H., & Sullivan, J. A. (2014). Classifying psychopathology: Mental kinds and natural kinds. Cambridge, MA: MIT Press.

Kirk, S. A., Gomory, T., & Cohen, D. (2013). Mad science: Psychiatric coercion, diagnosis, and drugs. New Brunswick, NJ: Transaction.

Lacan, J. (2008). O seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (2a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Zahar. (Trabalho original publicado em 1973)

Lacasse, J. R., & Leo, J. (2015). Challenging the narrative of chemical imbalance: A look at the evidence. In B. Probst (Ed.), Critical thinking in clinical diagnosis and assessment (pp. 275-282). New York, NY: Springer.

Lacerda, A. L. T., & Del Porto, J. A. (2019). Depressão ao longo da história. In J. Quevedo, A. E. Nardi, & A. G. da Silva (Orgs.), Depressão: Teoria e clínica (2a ed., pp. 19-27). Porto Alegre, RS: Artmed.

Nietzsche, F. W. (2017). Crepúsculo dos ídolos ou Como se filosofa com o martelo. São Paulo, SP: Companhia de Bolso. (Trabalho original publicado em 1888)

Orlandi, E. P. (2009). Análise do discurso: Princípios e procedimentos (8a ed.). Campinas, SP: Pontes.

Pêcheux, M. (2014a). Análise automática do discurso. In F. Gadet & T. Hak (Orgs.), Por uma análise automática do discurso: Uma introdução à obra de Michel Pêcheux (pp. 59-158). Campinas, SP: Editora da Unicamp. (Trabalho original publicado em 1969)

Pêcheux, M. (2014b). Análise de discurso: Três épocas. In F. Gadet & T. Hak (Orgs.), Por uma análise automática do discurso: Uma introdução à obra de Michel Pêcheux (pp. 307-315). Campinas, SP: Editora da Unicamp. (Trabalho original publicado em 1983)

Pêcheux, M. (2014c). Semântica e discurso: Uma crítica à afirmação do óbvio (5a ed.). Campinas, SP: Editora da Unicamp. (Trabalho original publicado em 1975)

Pêcheux, M. (2014d). Só há causa daquilo que falha ou o inverno político francês: Início de uma retificação. In M. Pêcheux, Semântica e discurso: Uma crítica à afirmação do óbvio (pp. 269-281). Campinas, SP: Editora da Unicamp. (Trabalho original publicado em 1979)

Pêcheux, M. (2015a). Metáfora e interdiscurso. In E. P. Orlandi (Org.), Análise de discurso: Michel Pêcheux (pp. 151-161). Campinas, SP: Pontes. (Trabalho original publicado em 1984)

Pêcheux, M. (2015b). O discurso: Estrutura ou acontecimento (7a ed.). Campinas, SP: Pontes. (Trabalho original publicado em 1988)

Safatle, V. (2020a). A economia é a continuação da psicologia por outros meios: Sofrimento psíquico e o neoliberalismo como economia moral. In V. Safatle, N. da Silva Jr., & C. I. L. Dunker (Orgs.), Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico (pp. 17-46). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Safatle, V. (2020b). Em direção a um novo modelo de crítica: As possibilidades de recuperação contemporânea do conceito de patologia social. In V. Safatle, N. Silva Jr., & C. I. L. Dunker (Orgs.), Patologias do social: Arqueologias do sofrimento psíquico (pp. 7-31). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Silva, N., Jr. (2020). O mal-estar no sofrimento e a necessidade de sua revisão pela psicanálise. In V. Safatle, N. Silva Jr., & C. I. L. Dunker (Orgs.), Patologias do social: Arqueologias do sofrimento psíquico (pp. 35-58). Belo Horizonte, MG: Autêntica.

Silva, J. A. C. (1999). História dos benzodiazepínicos. In M. A. Bernik (Coord.), Benzodiazepínicos: Quatro décadas de experiência (pp. 15-28). São Paulo, SP: Edusp.

Sternbach, L. H. (1979). The benzodiazepine story. Journal of Medicinal Chemistry, 22(1), 1-7. https://doi.org/10.1021/jm00187a001

World Health Organization. (2017). Depression and other common mental disorders: Global Health Estimates. Geneva, Switzerland: World Health Organization. Recuperado de https://bit.ly/3SkCuPW

Zachar, P. (2014). A metaphysics of psychopathology. Cambridge, MA: MIT Press.

Publicado

2024-08-21

Número

Sección

Artículos

Cómo citar

La depresión en los DSMs: de reacción a trastorno, de efecto a causa. (2024). Psicologia USP, 35. https://doi.org/10.1590/0103-6564e220028