Povo onça, povo larva

Animais e plantas na constituição da pessoa, diferenciação de gênero e parentesco matses

Autores

  • Beatriz de Almeida Matos Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2018.152038

Palavras-chave:

Parentesco ameríndio, constituição da pessoa, gênero, Pano

Resumo

Este artigo trata de concepções e práticas matses relativas ao crescimento e constituição de pessoas, tomando-as como parte do que vem sendo definido pela etnologia amazônica como o processo da constituição do parentesco. Busco demonstrar como relações com sujeitos extrassociais – vegetais e animais – são fundamentais na constituição de pessoas matses, e como a partir delas se efetuam diferenciações internas ao próprio círculo de parentes próximos, inclusive de gênero. Assim, a constituição da pessoa matses, tanto masculina quanto feminina, se dá tanto na “consubstancialização” com os seus parentes (cunmatses) como também com outros sujeitos. Esses dois movimentos produzem parentes, que diferem entre si. Como parte dessa apresentação da constituição da pessoa e parentesco matses proponho uma releitura do dualismo bëdibo-macubo. A variante matses do dualismo pano tem sido analisada na chave sociológica como expressa em metades patrilineares que representariam uma o interior, outra o exterior da sociedade; uma os valores do feminino, outra do masculino. Ela será aqui abordada em relação à produção do parentesco e à diferenciação entre parentes.

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Biografia do Autor

  • Beatriz de Almeida Matos, Universidade Federal do Pará
    Beatriz de Almeida Matos é professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e do Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará

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Publicado

2018-11-22

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Matos, B. de A. (2018). Povo onça, povo larva: Animais e plantas na constituição da pessoa, diferenciação de gênero e parentesco matses. Revista De Antropologia, 61(3), 109-129. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2018.152038