Pele negra, jalecos brancos: racismo, cor(po) e (est)ética no trabalho de campo antropológico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.192796

Palavras-chave:

Racismo, Corpo, Trabalho de campo, Ética, Medicina

Resumo

Durante pesquisa de campo de doutorado, acompanhei o trabalho de algumas médicas brancas em suas atividades de condução de protocolos de pesquisa clínica. Minha presença nos consultórios foi condicionada ao uso de um jaleco branco, peça que, por vezes, colocou-me em posição de explicar aos pacientes que não era uma estagiária de medicina e, por outras, tornou explícitos os limites de confusões supostamente automáticas entre mim e uma profissional da medicina. Por meio de uma análise de situações de racismo genderificado que vivi durante o trabalho de campo enquanto vestia um jaleco, reflito sobre o campo da medicina como espaço marcado pela branquidade e, estendendo tal crítica à antropologia, argumento que a reflexão ética sobre a pesquisa de campo deve levar em conta, necessariamente, as hierarquizações raciais e de gênero que compõem as interações com interlocutores de pesquisa – em especial, as experimentadas por pesquisadoras negras em contextos nos quais a branquidade é normalizada.

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Biografia do Autor

  • Rosana Castro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    Rosana Castro é professora do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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Publicado

2022-04-27

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Seção

Artigos

Como Citar

Castro, R. (2022). Pele negra, jalecos brancos: racismo, cor(po) e (est)ética no trabalho de campo antropológico. Revista De Antropologia, 65(1), e192796 . https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.192796